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Sindirações: setor deve encerrar o ano com produção de quase 67 milhões de toneladas

Sindicato Nacional da Indústria de Ração Animal prevê encerramento estável

Fonte: Julia Silva/Canal Rural

O Sindicato Nacional da Indústria de Ração Animal (Sindirações) espera encerrar o ano de 2016 praticamente estável, com produção de 66,8 milhões de toneladas ante as 66,5 milhões de toneladas de 2015.

Para 2017, a previsão inicial é de produção de 69 milhões de toneladas, “volume ainda dependente da recuperação da economia doméstica, do comércio internacional, da confiança do empreendedor e do consumidor brasileiro”, segundo o CEO da entidade, Ariovaldo Zani.

Segundo ele, a escalada do preço do milho, principalmente durante o primeiro semestre, combinada à alta de preço do farelo de soja no segundo trimestre, desmotivou a engorda de bovinos e a alimentação preparada do rebanho leiteiro. Entre janeiro a setembro de 2016, a produção registrou leve alta de 1%, com cerca de 50 milhões de toneladas, puxada pela demanda de ração para suínos.

A avicultura demandou 28,8 milhões de toneladas de rações, de janeiro a setembro, alta de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado. No segmento de suínos, de janeiro a setembro, o setor consumiu 11,7 milhões de toneladas, alta de 3,4%, em comparação com o mesmo período de 2015. O consumo de ração para bovinos, também de janeiro a setembro, totalizou 6 milhões de toneladas, queda de 4,3% na mesma base de comparação.

Consumo

De acordo com o CEO do Sindirações, O consumo de ração deve crescer no Brasil no próximo ano, impulsionado principalmente pela queda do preço doméstico do milho. Para Zani, os preços domésticos do grão no primeiro trimestre de 2017 devem ficar abaixo dos observados no mesmo período deste ano, “o que ainda é um nível elevado”, ponderou. 

Apesar da perspectiva de crescimento, Zani acredita que é necessário manter a cautela. Para ele, um evento climático poderia frustrar as perspectivas de uma safra robusta do cereal, como aconteceu na temporada 2015/2016.

Além disso, as instabilidades políticas no Brasil e no mundo podem provocar outra forte oscilação cambial, como aconteceu nos últimos dois anos, levando a uma explosão das exportações. Para ele, o estoque de passagem do grão deve ser baixo, o que irá manter a situação do setor de proteínas e de rações no primeiro trimestre de 2017 parecida com a situação do último trimestre deste ano, ou seja, com baixo consumo e produção. 

Em 2016, o setor de aves teve um bom desempenho no primeiro semestre, mas “despencou de julho a setembro”, disse Zani, na sequência dos preços recordes do milho. “Para este último trimestre, a expectativa é de uma queda mais profunda ainda”, afirmou, sobre o uso de ração animal. 

Dessa forma, a produção de ração para avicultura de corte, que totalizou 24,6 milhões de toneladas até setembro (+1,5% ante mesmo período de 2015), pode terminar o ano com queda de 2%. O setor de ração para suínos, que começou o ano crescendo 7%, pode fechar o ano com o crescimento de 3% a 3,5%, segundo Zani. 

No caso da pecuária, a situação é contraditória entre as divisões de corte e leiteira. Segundo o dirigente, o aumento do preço do leite ao longo deste ano estimulou investimentos no setor e, desta forma, o fornecimento de ração deve avançar de 0,5% a 1%, no fechamento de 2016. 

Já para a pecuária de corte, o preço do milho também pressionou o setor, com uma queda significativa no número de animais confinados. Isso deve levar a uma retração de até 7% na aplicação de ração desta categoria. O alto custo da reposição do gado, com o aumento dos preços do bezerro, também contribuiu com esta queda. Paralelamente, o uso de sal mineral – usado na suplementação alimentar a pasto – deve ter um avanço de 6% a 7%, neste ano.

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