O sistema alternativo pode ser utilizado para a criação de galinhas corte e de postura. Além das aves soltas, esse método se caracteriza por utilizar uma estrutura de galpão ? que tenta reproduzir as instalações de um galinheiro ? com poleiros, onde as galinhas se recolhem à noite. Nesse local, os animais dormem oito horas. Com isso, vivem até seis meses mais que as galinhas criadas em granjas convencionais. E assim, produzem por mais tempo.
O agrônomo Rogério Sakai mantém 1100 galinhas, que chegam a produzir 850 ovos por dia. O tempo de vida produtiva dos animais é de cerca de um ano e meio.
? Tem dado certo. Não temos que reclamar. Do mercado do ano passado pra esse ano, já aumentamos em 50% nossa produção, e esperamos crescer ainda mais ? conta o engenheiro agrônomo, Rogério Sakai.
As galinhas de Rogério são de uma linhagem que tem origem na França, conhecida como Isa Brown. Além de viver mais, a galinha caipira chega a pôr até 250 ovos por ano. Em uma granja convencional, não chega a mais que 60.
? Os ninhos têm que estar sempre limpos, senão o ovo sai sujo. Estamos sempre atentos com a água, a ração e outros detalhes do manejo que acompanhamos no dia a dia ? explica o gerente do criatório de Rogério, Marcos Aurélio Sizdloski.
Rogério também optou pela produção orgânica de ovos, usando somente rações naturais. A garantia é dada num certificado, com aval do Ministério da Agricultura.
? A galinha é criada solta, a gente não faz a mutilação delas e a ração é totalmente orgânica, isenta de alimentos transgênicos e sem antibiótico na ração também ? afirma.
O professor do departamento de genética da Esalq, em Piracicaba (SP), Antonio Coelho, é defensor do sistema caipira de criação de frangos. Sua missão é estudar uma maneira de melhorar geneticamente as linhagens das galinhas, dentro de um sistema de bem estar para as aves. Foi aí que surgiu o nome de Frango Feliz para a projeto que ele desenvolve junto com outro pesquisador.
? A base do material genético que nós viemos desenvolvendo no nosso programa são linhagens que o produtor já usava no passado de uma forma empírica, não melhorada, que possuíam características de adaptação a este novo ambiente muito interessantes, mas que tinham baixa produtividade ? revela Coelho.