? O Estado tem todas as condições de assumir o ranking de maior confinador de gado do país a médio prazo pelas condições privilegiadas que detemos ? avalia.
Apesar de a variação do preço da arroba do boi gordo entre julho e novembro ter sido de 7,2%, bem diferente nos 37,2% do ano passado, houve uma aposta de 28,9% a mais no confinamento de gado em Mato Grosso. Em 2010 foram confinados 592,83 mil e este ano subiu para 763,94 mil cabeças. O maior aumento foi registrado na região do Médio Norte, com 72% a mais, enquanto na Oeste houve uma queda de 16,4%.
? A região do Médio Norte é grande produtora de grãos e isso demonstra a verticalização da cadeia do agronegócio, transformando grãos em proteína animal ? afirma.
A ferramenta, cada vez mais utilizada para deixar o gado pronto para o abate, está interferindo no ciclo da pecuária, ainda de acordo com Vacari. O diferencial de preço entre maio (entressafra) e outubro (safra), que em 2006 atingiu 23,1%, em 2011 registrou uma inversão e maio superou outubro em 0,6%.
? Essa é uma tendência de mercado e o produtor vai ter que ficar atento, pois o confinamento vai ter um impacto direto no seu negócio e no preço da arroba do boi gordo ? diz.
O coordenador do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária de Mato Grosso (Imea), Daniel Latorraca, aponta que o confinamento surge com a terceira safra do ano para o agricultor, que usa uma parte de sua produção para confinar. Um levantamento realizado pelo Imea constatou que 50% da composição do concentrado oferecido na alimentação do boi são produzidos pelo próprio confinador. A composição do concentrado usado é feita com 58% de milho, 10% de sorgo, 8% de farelo de soja, 8% de caroço de algodão, 8% de casquinha de soja, além de milheto, torta de algodão e outros itens.