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Segundo a Associação dos Criadores de Cavalos Pantaneiros, na região conhecida como Planície Pantaneira, que abrange Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o rebanho de cabalos pantaneiros chega a 500 mil. Um número significativo, razão pela qual a região está no centro das atenções dos órgãos de vigilância sanitária do Estado. Depois da primeira notificação, aos poucos o número de animais suspeitos de ter a doença vem aumentando. No município de Poconé, considerado o coração do pantanal, a notícia se espalhou e causa grande preocupação.
– Tem que ficar assombrado, a gente fica até com a cabeça ligada o tempo todo devido a essa doença, porque tem muito cavalo caro aqui dentro de Poconé – conta o tratador Everton Paulo da Cruz Rondon.
Não é somente quem lida no campo que está preocupado com o mormo. Em um haras da região, que possui 110 animais e recebe constantemente a visita de outros animais para eventos como provas de laço, os cuidados estão redobrados. O tratador Fagner Proença, responsável pelos cuidados dos animais, diz que rotina mudou depois do anúncio dessa doença no Estado.
– Nós estamos pegando mais firme, estamos trazendo os animais mais para perto, separando os animais o que estão mais fortes do que estão mais fracos, coletando sangue e mandando para o laboratório. Os animais com ameaça da doença a gente aparta e fica cuidando. Esse exame é feito de três em três meses.
Várias ações vem sendo tomada pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), principalmente em eventos de grandes aglomerações de animais, como feiras e cavalgadas. Alguns já foram cancelados e em outros estão exigindo antecipadamente os exames clínicos dos animais para evitar a propagação da doença.
– A proibição destes eventos é até a gente ter condições de avaliar melhor essa doença dentro do Estado, porque a aglomeração de animais, tanto na cavalgada quanto no rodeio, aumenta muito a propagação da doença – explica o médico-veterinário do Indea Alceu Ferreira dos Santos.
Em Mato Grosso, até agora, apenas um caso foi detectado como conclusivo da doença, tendo o animal sido sacrificado, e mais 11 casos estão sendo analisado e tratados como suspeitas. O problema tem sido a demora para chegada dos resultados, já que os exames são realizados fora do Estado. As fazendas com animais suspeitos ficam fechadas até a chegada do resultado, gerando prejuízo para o proprietário.