Recebem gratuitamente a vacina aqueles produtores que se enquadram no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e têm menos de 50 cabeças de gado.
Em Ijuí, no noroeste, o pequeno agricultor Júlio Picolli ainda não pode vacinar o rebanho de 25 animais. O criador ficou apreensivo quando foi retirar as doses na Inspetoria Veterinária e retornou de mãos vazias.
? Fui procurar a vacina e não tinha. Então, fiquei sabendo que vai atrasar. O complicado será a movimentação do rebanho ? diz Picolli.
Em Cruz Alta, também no noroeste do Estado, onde 5 mil animais devem ser vacinados, a campanha começou com as 1,8 mil doses que restaram do ano passado. O médico veterinário da Inspetoria Veterinária de Cruz Alta e supervisor substituto da DPA de Cruz Alta, Aleverson Barcelos, orienta para que os agricultores não se dirijam até a inspetoria, pois correm o risco de não receber a vacina.
? O ideal é que esperem até segunda-feira, pois estas doses que temos não atendem toda a demanda e o agricultor corre o risco de perder a viagem.
Segundo Barcelos, para atender aos 19 municípios da região de abrangência da Supervisão Regional DPA de Cruz Alta são necessárias 110 mil doses da vacina e até o momento o estoque está zerado.
Na regional de Ijuí, onde 320 mil doses devem ser recebidas, o estoque também está vazio.
? Com certeza vai atrasar a vacinação. O principal problema é para quem tem de mudar o gado de pastagem ou vender. Esses produtores terão de comprar a vacina se não puderem esperar até segunda-feira ? explica o supervisor da DPA de Ijuí, Emílio Stumm.
O Chefe do Serviço de Doenças Vesiculares da Secretaria Estadual de Agricultura, Fernando Groff, explica que o atraso no envio se deve à demora na licitação. A compra já foi encaminhada, mas a empresa vencedora do processo de licitação ainda não entregou todas as doses.
A expectativa da secretaria é de que ainda esta semana devem ser encaminhadas ao Interior as primeiras doses da vacina, que já estarão à disposição dos agricultores na próxima semana.
Groff comenta que mesmo com o atraso, o Estado não deve prorrogar o prazo da vacinação.
? O clima está favorável este ano, ao contrário do ano passado, quando neste período vivíamos uma grande seca que debilitava o gado.
A orientação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) é que os produtores esperem a vacina chegar e só adquiram as doses em último caso.