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Diversos

Argentina inicia testes com soro contra Covid-19 feito com plasma de cavalo

Animais recebem uma proteína do vírus para estimular a produção de anticorpos e é com esse plasma que os especialistas esperam acelerar a recuperação de pacientes infectados

cavalo
Foto: Pixabay

A corrida pelo medicamento que pode prevenir ou combater a Covid-19 em humanos ganhou mais um candidato, desta vez na Argentina e que tem como principal característica a utilização de plasma de cavalo para a composição de um soro.

Segundo a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT), o material é feito com o plasma de equinos infectados com coronavírus Sars-Cov-2. A agência de vigilância sanitária local aprovou na última sexta-feira, 24, a fase de testes em humanos.

O medicamento é apontado como como uma possibilidade de tratamento para quem já está infectado com o vírus. O soro hiperimune foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Nacional de San Martín em parceria com a empresa de biotecnologia Inmunova.

Como funciona?

Setenta pesquisadores participaram do projeto que promete uma eficácia maior que o plasma de pacientes recuperados. Em ensaios anteriores, este medicamento mostrou capacidade de retardar o crescimento do vírus in vitro, por isso agora será administrado a pacientes com Covid-19 imediatamente após os resultados do teste serem positivos. 

Para chegar a esse soro, os pesquisadores injetaram em cavalos uma proteína do vírus SARS-CoV-2 que servia como antígeno, ou seja, quando entrou no corpo desses animais, induziu uma resposta imune, causando a formação desses anticorpos.

Esse desenvolvimento é considerado inovação aberta, pois é o resultado de uma articulação entre instituições públicas e privadas que, ao compartilhar seus conhecimentos e recursos, conseguiram que em apenas 70 dias esse medicamento pudesse ser aplicado aos pacientes.

“O coronavírus entra na célula através de uma proteína que age como chave. Essa proteína faz sua membrana se unir à membrana do vírus, introduzindo o material genético dentro da célula e, assim, permitindo sua propagação. Pegamos o pedaço dessa proteína que age como uma chave e, com ela, imunizamos os cavalos. Dessa maneira, os animais produziram uma quantidade muito grande de anticorpos que, ao se ligarem à proteína, neutralizaram a capacidade do vírus de entrar nas células. Por fim, eles impediram o vírus de usar essa ‘proteína-chave’ ”, explica Fernando Goldbaum, diretor do Centro de Redesenho e Engenharia de Proteínas da Universidade Nacional de San Martín.

Os cavalos foram escolhidos porque o soro se mostrou mais poderoso do que o material produzido em seres humanos infectados. “Os cavalos têm um volume sanguíneo de seis a sete vezes maior que o dos humanos (um adulto tem entre 5 e 6 litros, enquanto os equinos entre 35 e 40) e, por outro lado, porque os cavalos eles são hiperimunizados, ou seja, recebem uma quantidade muito grande de antígeno que lhes permite produzir uma quantidade significativa de anticorpos, com uma potência entre 20 e 100 vezes maior que a produzida pelos pacientes durante uma infecção natural “, diz o especialista.

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