A entidade também pede a inclusão de São Paulo nos leilões de Valor de Escoamento de Produto (VEP), por meio do qual o governo subsidia o frete do transporte do cereal até as regiões consumidoras. o VEP para a região Sul está sendo revisto pelo governo.
Marcelo Lopes explicou que as reivindicações já foram aprovadas pelo Ministério da Agricultura e agora estão sendo analisadas pelo Ministério da Fazenda, para depois serem encaminhadas ao Ministério da Agricultura, uma vez que as ações de subvenção devem ser estabelecidas por meio de portarias interministeriais.
Na opinião do dirigente, o excesso de burocracia provoca um “atraso absurdo”. Segundo ele, existe o risco de quando as medidas chegarem não serem mais necessárias, pois haverá milho da safrinha no mercado e muitos produtores já estarão fora da atividade. Ele diz que a situação é mais crítica no Rio Grande do Sul, onde o prejuízo dos criadores atualmente é de R$ 1 por quilo de animal.
Lopes prevê uma redução na oferta de carne suína no próximo ano, porque os criadores não estão realizando a renovação de 40% do plantel como seria recomendado. Na avaliação do dirigente, falta uma política governamental clara de apoio à produção de carnes de aves e suínos, que estão sujeitas às pressões de preços do milho e da soja.
Suinocultura paulista
Em São Paulo, onde predominam os criadores independentes, o suíno vivo está sendo vendido por em média R$ 2,06 o quilo, enquanto o custo de produção é de R$ 2,75/o quilo. O milho representa 60% do custo de produção. Lopes calcula que um criador que vende 500 animais por mês, com 100 quilos cada, tem um prejuízo mensal de R$ 34,5 mil.
Conforme o dirigente, a relação de troca ideal para os criadores seria poder comprar oito quilos de milho com o equivalente a um quilo de suíno. Hoje a relação na suinocultura paulista é de 4,4 quilos de milho para cada quilo de suíno. Ele lembra que, nesta época do ano em 2010, a média nacional da relação de troca era de um quilo de suíno para 9,5 quilos de milho.