Em 2010 o Paraná exportou para a Rússia 19 mil toneladas de carne suína, o que gerou uma receita de US$ 48 milhões. A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) informou que esse ano, mesmo antes do embargo, a Rússia reduziu a importação de suínos do Brasil em 18%. O setor já estava em alerta. Além disso, a oscilação dos preços faz parte da rotina dos criadores.
Em algumas regiões produtores falam em abate de matrizes. Apesar do cenário preocupante, o produtor Nelson Guidone, de Arapongas, norte do Estado, diz que a medida também representa prejuízo.
? Nós produzimos genética e temos que continuar. Nós não podemos acabar com nossas matrizes porque são feitas há 35 anos. É difícil você formar um novo plantel dessa maneira ? relata o suinocultor.
O preço do suíno no norte do Paraná está cotado a R$ 2,10, em média, um pouco acima do restante do Estado, que tem preço médio de R$ 1,80. Com o preço da ração, que é base de milho, em alta, os criadores dizem que a atividade precisaria de um valor próximo de R$ 2,70 o quilo para ter remuneração.
A Associação Norteparanaense de Suinocultores diz que o momento é crítico e pede a interferência do governo federal. Uma das medidas pode ser a aquisição do excesso de ofertas que pode sofrer queda no mercado doméstico. A compra poderia ser distribuída em escolas, para compor a merenda, em presídios e no Exército. A ideia, é claro, é enxugar o mercado para que o preço não caia ainda mais.
Depois de 40 anos como produtor de suínos, Guidone dá uma ideia do que fazer se os preços caírem ainda mais.
? Se cair mais é melhor dar os suínos de presente para a população. Eu acho que o futuro da suinocultura no Paraná é acabar ? desabafa.