Suinocultores querem flexibilidade na liberação de crédito

Cerca de 50 mil toneladas de carne suína deixaram de ser exportadas no final do ano passadoA preocupação dos produtores de suínos com a redução no consumo de carne foi parar no Senado Federal. Porém, segundo as próprias lideranças do setor, a nova gripe parece ser o menor de todos os problemas.

As 50 mil toneladas de carne suína que deixaram de ser exportadas no final do ano passado, ainda estão pelos supermercados. A oferta maior do que a procura fez o preço cair e, o produtor, que já estava recebendo 20% menos, agora tem mais um motivo para se preocupar.

? Na última semana, não se ouve mais falar em novos pedidos. As pessoas passam pelas gôndolas de supermercado, na frente da carne suína, se lembram da gripe e acabam não comprando ? disse o vice-presidente da Comissão Nacional de Suinocultura (CNA), Enori Barbieri.

O medo de que o consumo caia no mercado interno se soma a uma outra preocupação dos produtores. Nem eles, nem as indústrias estão conseguindo acessar o crédito prometido pelo governo para tocar a produção.

? Não apareceu dinheiro. Desde dezembro que eu vou ao BNDES, vou ao Banco do Brasil e não vejo os nossos associados conseguindo contratar nada. O governo não tem que ser perdulário, emprestar pra qualquer um, mas o governo tem que ter regras que permitam que se contratem os recursos ? afirmou o presidente da Associação da Indústria de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto.

Os produtores reclamam da rigidez dos bancos para liberar os financiamentos e do excesso de garantias exigidas. O setor também quer a prorrogação das dívidas, que só em Santa Catarina, maior estado produtor, já chegam a R$ 158 milhões. A Comissão de Agricultura pretende, ainda este mês, convocar os representantes do sistema financeiro para tentar uma solução.