Foram dois anos enfrentando problemas numa das piores crises da suinocultura. Embargo da Rússia, queda nas exportações, maior oferta no mercado interno e preços baixos. Combinação desastrosa que afastou muita gente da atividade. Agora, enfim, as notícias são positivas.
– É o melhor momento da suinocultura. Depois da crise, que foi uma das piores, este acaba sendo um momento muito favorável pra suinocultura paulista – diz a administradora da fazenda Marcia Regina Cordeiro.
A demanda cresceu, tanto para exportação, quanto no mercado interno. A oferta está menor do que a procura e o preço subiu. Em Monte Alegre do Sul, a 120 Km de São Paulo (SP), a arroba que era vendida a R$ 68 está sendo comercializada a R$ 75, alta de 10%.
– Muitas granjas fecharam as portas em função da crise, e também, porque na época a gente não vendia animais. Hoje, com as exportações e problemas da China e Estados Unidos, o Brasil está sendo muito procurado para o mercado externo – explica Marcia.
Com a demanda aquecida, animais que deveriam ter entre 100 e 105 quilos para o abate, estão sendo terminados com 90 Kg. É quase uma arroba a menos por animal.
– O pessoal da indústria, que negocia suíno no mercado independente, tem encontrado bastante dificuldade de encontrar animais terminados, por conta do calor do início do ano, que diminuiu a produtividade das matrizes. Então, aquele calor fez com que menos leitões fossem produzidos, e isto a gente vem sentindo agora no mercado – comenta o analista do Cepea Augusto Maia.
Os custos com a ração também vem favorecendo os suinocultores.
– Antes, a relação do milho estava muito complicada, os grãos estavam muito altos. A relação ideal é que 1 Kg de suíno deveria comprar 9,5 Kg de milho. Hoje, este mesmo quilo de suíno está comprando 10 Kg de milho. Uma relação muito boa! – demonstra Marcia.
O milho e o farelo são os dois principais insumos usados na alimentação, boa parte dos custos de produção estão atrelados a eles, e o preço mais baixo do milho e do farelo faz com que o produtor tenha mais de tempo hábil.
– Isto pode fazer com que a oferta dos animais, que já está escassa, possa ficar mais regulada porque o produtor vai ter este poder de segurar este animal na granja – ensina Maia.