O ano de 2016 não tem sido fácil para a suinocultura brasileira, pois o preço baixo e o alto custo da produção têm aumentado o abate de matrizes. A expectativa é de que as festas de fim de ano tragam um cenário mais vantajoso para a atividade.
Em quase 30 anos na atividade, o suinocultor Altair Olímpio de Oliveiras conta que esse é um dos momentos mais delicados do setor. Nos últimos doze meses o custo de produção subiu quase 25% e, durante vários meses, o suinocultor trabalhou no vermelho. Para evitar um prejuízo ainda maior, ele decidiu reduzir o plantel. “Eu abati mais de 200 matrizes de um total de 2,1 mil. Eu pensei que iria abater mais, mas estou dando um tempo para ver se o preço melhora um pouco”, disse.
Em novembro, o preço do quilo do suíno vivo em Minas Gerais foi de R$ 4,20, valor 5% menor em relação ao mesmo mês do ano passado. “Esse é o preço da bolsa, às vezes o frigorífico quer pagar 10 centavos a menos. Esse preço de bolsa é o produto entregue no frigorífico, então, muitas vezes, você tem a perda de peso do animal no transporte, o frete. No final você recebe 10% a menos do valor da bolsa, então, neste caso, eu tenho recebido R$ 3,78 o peso da granja”, completou o suinocultor.
Na maior parte deste ano, o preço do quilo do suíno vivo em Minas Gerais ficou abaixo dos valores registrados em 2015. Apesar disso, o setor acredita que este não foi o principal responsável por estreitar a margem de lucro do suinocultor. Um dos principais fatores que dificultam o aumento nos preços é a redução no poder de compra do consumidor.
Para o presidente da Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, Ricardo Bartholo, o custo de produção foi a principal dificuldade do setor. Na região central do estado e na zona da mata mineira, muitos suinocultores estão trabalhando no vermelho. “O principal problema foram os preços do milho e da soja. Nós temos hoje um problema muito maior de custo do que de venda, porque apesar de os preços de venda estarem baixos, não estão tão ruins.”
Neste fim de ano, o setor acredita que o custo de produção fique menor com a queda nas cotações do milho e que o preço do suíno vivo possa subir até 10% no estado. “Nós tivemos notícias importantes de importações de milho por várias empresas e isso pode reduzir a pressão no preço do milho. Se isso acontecer, pode nos dar um fôlego no custo de produção. Eu acredito que nós vamos ter preços melhores nos próximos meses e que poderemos chegar nos R$4 ,50 ou R$ 4,70”, completou Bartholo.