Esta semana, Porto Alegre (RS) foi palco da 12ª edição do Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), evento que reúne especialistas, estudiosos e produtores para discutir os avanços e desafios da cadeia brasileira. No encontro, pesquisadores apresentaram o futuro da reprodução com melhoramento genético: um projeto realizado nos Estados Unidos prevê a transferência de células dos melhores reprodutores para outros que não são.
A tecnologia está em fase de teste, por isso ainda não há animais nascidos através dela nas granjas. A expectativa é de que os pecuaristas brasileiros possam usufruir da técnica em quatro ou cinco anos, contou o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, que participou da reunião.
Doenças, biossegurança e sanidade e outros assuntos técnicos que impactam a produção também foram debatidos. “Nosso principal desafio é manter o status sanitário alcançado. Olhamos para a China, com surto de Peste Suína Africana (PSA), e por isso cada vez mais reforçamos a proteção sanitária das granjas, com a proibição da entrada de pessoas alheias à atividade, por exemplo”, conta Folador.
- Peste suína pode ampliar venda de carne de porco para China, diz ministra
- Peste suína: governo proíbe entrada de produtos de fabricação artesanal no Brasil
Segundo o presidente da Acsurs, o agronegócio também deixou um recado durante a reunião: “Não é só a cadeia produtiva de suínos que tem seu papel; o poder público tem que participar, com fortalecimento da fiscalização rígida em portos e aeroportos”.
Controle de doenças sem antibióticos
A suinocultura busca alternativa para não usar ou reduzir o uso de antibióticos. Nos últimos anos, o uso de medicamentos alternativos ou com princípios menos agressivos se tornou cada vez mais comum nas granjas.
O setor abriu mão daqueles que deixavam resíduos na carne. “Essa mudança é uma demanda que veio do consumidor da proteína; o mercado exige isso da gente”, diz Folador.