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A formulação é a mesma de outros suplementos para bovinos, mas com uma consistência diferente, quase parecida com uma massa de cimento. Em quatro anos de testes, o principal desafio dos técnicos dessa empresa de Naviraí, Mato Grosso do Sul, foi encontrar a consistência ideal do produto para conseguir estipular o consumo diário por parte dos animais.
– Não adianta eu vender um produto que o gado vá comer demais e não dê resultado. No final, é o custo-benefício que fecha a conta – diz Cláudio Roberto Viero, empresário Agro Viero.
Reações químicas aliadas a uma mistura de fibras naturais com melaço de cana, que também serve como palatabilizante, promovem o endurecimento da massa. A fermentação acontece dentro da embalagem e, três dias depois, o suplemento está pronto para o uso.
Cada bloco tem 30 quilos divididos em dois pedaços menores que se encaixam na maioria dos modelos de cocho. O peso não foi escolhido ao acaso, trata-se da mesma quantidade que vem em um saco de sal normal, para facilitar a comparação do consumo.
Segundo o responsável técnico da empresa, a diferença – e a principal vantagem em relação aos outros suplementos – é que o produto em bloco tem uma durabilidade bem maior, podendo ficar até 15 dias no cocho sem perder a qualidade ou causar intoxicação nos animais. Também é resistente à chuva e ao sol e, por ser compactado e úmido, não é levado pelo vento, evitando perdas. A recomendação é usar cochos perfurados, para evitar o acúmulo de água e também não deixar no chão, para não haver contaminação com fezes e urina.
– A principal vantagem é ter o produto à vontade, não precisa ser controlado, o animal se autocontrola e o desempenho é melhor. É uma tecnologia que existe em outros países como Estados Unidos, Austrália e países da Europa – aponta o médico veterinário da Agro Viero, Arnoldo Oscar Leon.
O pecuarista e zootecnista Claudio Carvalho Filho, da Fazenda Santa Marta, também na região de Naviraí, está experimentando a suplementação em blocos em um lote de vacas em reprodução. Para ele, a facilidade de manejo foi o principal atrativo.
– É muito mais tranquilo trabalhar com bloco, o operacional é mais barato e mais tranquilo. Eu coloco o bloco a cada três ou quatro dias e está pronto. No caso dessa categoria que estou testando, de primíparas comendo proteinado de uma grama, eu teria que vir colocar sal todos os dias – diz o pecuarista e zootecnista Claudio Carvalho Filho.