>>MP denuncia mais 12 pessoas por adulteração de leite no RS
>> Governo do RS anuncia medidas para ampliar fiscalização na cadeia do leite
Todo o produto apreendido foi transformado em 77,2 toneladas de leite em pó integral. A produção, no entanto, ficou sob análise e não pode ser comercializada. Foram coletadas amostras representativas de toda a produção buscando a presença de antibióticos. Após as análises, foi descartada a hipótese de irregularidade. Como o lote estava dentro dos padrões regulamentares, será liberado para a comercialização.
Apesar da suspeita de contaminação não ter sido confirmada, o Mapa submeterá o estabelecimento investigado em Regime Especial de Fiscalização (REF). O objetivo é fazer um acompanhamento minucioso do controle de antibiótico que deve ser realizado no recebimento de leite cru.
Coletas em outros Estados
Após as denúncias de irregularidades no Rio Grande do Sul, o Ministério da Agricultura solicitou a coleta de amostras de leite de todos os estabelecimentos produtores de leite longa vida sob inspeção federal no país. Já foram recebidas 112 amostras pelos laboratórios da rede oficial, que se referem a 66 indústrias distribuídas em 13 Estados (Rio de Janeiro, Sergipe, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Ceará, Rondônia, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso, além do Rio Grande do Sul). Os resultados para formol e ureia deverão sair no início da próxima semana.
– O Programa Nacional de Combate à Fraude no Leite, realizado pelo Mapa, continua sendo desencadeando ações visando coibir as práticas ilícitas relacionadas a este nobre alimento. A população pode continuar consumindo com segurança todos os alimentos de origem animal que são submetidos à fiscalização do Serviço de Inspeção Federal [SIF] – explicou a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa, Judi Nóbrega.
Nova suspeita
Foram retidos 25,9 mil litros de leite longa vida suspeitos de adulteração por ureia e formol na empresa Companhia de Alimentos Glória, no município de Guaratinguetá (SP), provenientes da empresa Laticínios Bom Gosto, no município de Tapejara (RS). Amostras do lote serão submetidas a análises pelos laboratórios da rede oficial. Toda a produção suspeita está retida na empresa e não chegou a ser comercializada.
Veja a íntegra da nota da empresa de laticínios Bom Gosto:
“A Laticínios Bom Gosto esclarece que o leite coletado para análises pelo Ministério da Agricultura foi na realidade retido pela própria empresa após suspeitas de não conformidade. Após realizar rigorosos testes, a companhia suspeitou que o leite não estava dentro dos seus padrões de qualidade. A Laticínios Bom Gosto informou as autoridades imediatamente e, ao mesmo tempo, decidiu enviar amostras para serem testadas por laboratórios externos.
É importante ressaltar que o resultado dos testes realizados por esses laboratórios deu negativo, não confirmando a suspeita. Independentemente disso, o leite não chegou a ser comercializado.
A Laticínios Bom Gosto ressalta seu compromisso com a qualidade dos produtos. Além de realizar um rigoroso processo de dupla checagem do leite, no posto de refrigeração e nas fábricas, a empresa instaurou recentemente uma terceira etapa de análises em todo produto acabado”.
Entenda o caso
O Ministério Público do Rio Grande do Sul, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar, deflagrou, no dia 8 de maio, a Operação Leite Compen$ado, que apura, desde 2012, a adulteração de leite no Estado. A investigação apontou que cinco empresas de transporte de leite adicionavam água e ureia, que tem formol em sua composição, para dar mais volume às mercadorias. Com o aumento do volume do leite transportado, os atravessadores lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru. O MP suspeita que o esquema possa ter adulterado até 100 milhões de litros nos últimos 12 meses. As marcas que tiveram lotes de leite suspensos do mercado são Italac, Bom Gosto/Líder, Mu-Mu, Latvida, Hollmann, Goolac e Só Milk.