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REAÇÃO

Suspensão de fornecimento de carnes já atinge 150 lojas do grupo Carrefour

Estimativa do mercado é de que em até três dias haja desabastecimento total dos supermercados do grupo

fachada de loja 24h do supermercado Carrefour
Foto: Carrefour/divulgação

Frigoríficos brasileiros pararam de fornecer carnes ao Grupo Carrefour no Brasil – formado por Carrefour, Sam’s Clube e Atacadão – na última quarta-feira (20), após a decisão da rede na França de não vender mais o produto do Mercosul. A interrupção no fornecimento já atinge 150 lojas da rede no Brasil e a estimativa do mercado é de que em até três dias haja desabastecimento total dos supermercados do grupo já que se trata de mercadoria resfriada e/ou congelada. Segundo fontes, a decisão da indústria foi endossada pelo governo, que cobrou do setor uma “ação enérgica” contra o boicote da empresa.

Entre os frigoríficos que aderiram à interrupção estão a JBS, a Marfrig e o Masterboi. Somente a Friboi, marca de carnes bovinas da JBS, responde por 80% do volume fornecido ao grupo de origem francesa, sendo que na rede Atacadão o fornecimento da marca é de 100%. Fontes da indústria disseram à reportagem que em 30% a 40% das gôndolas do Grupo Carrefour já se percebe desabastecimento do produto.

Posicionamento do Carrefour

Em nota distribuída na noite deste sábado (23), o Grupo Carrefour afirma que não há desabastecimento em suas unidades. “É improcedente a alegação de que hoje há desabastecimento de carne nas lojas do Grupo Carrefour Brasil. Tal alegação, veiculada sem identificação de fonte, contribui para desinformação. A comercialização do produto ocorre normalmente nas lojas. Nenhuma loja está desabastecida”, informa o texto.

Reação da indústria de carnes

A articulação da indústria foi imediata à declaração do Alexander Bompard, o CEO do Carrefour que anunciou na quarta-feira que a rede pararia de vender carne do Mercosul nas lojas francesas. Um dos frigoríficos cancelou no mesmo dia o envio de caminhões que abasteceriam 50 unidades do Carrefour. De acordo com as fontes, não há quebra de contrato porque a maior parte dos acordos é firmada no mercado à vista.

Na quinta-feira (21), autoridades do governo acionaram empresas de carnes pedindo “ações energéticas” contra o boicote. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomaram conhecimento da interrupção de fornecimento e apoiaram as medidas duras. Segundo interlocutores, diante da interrupção de fornecimento ao Carrefour, a diretoria do grupo pediu ao presidente da Friboi, Renato Costa, a retomada das entregas. Costa, conforme relataram fontes à reportagem, condicionou a retomada a uma retratação do grupo em nível global. A principal queixa da indústria é que, além do boicote, a qualidade e a sanidade da carne brasileira foram questionadas.

Uma outra fonte classifica a represália dos frigoríficos brasileiros como “ações individuais de algumas empresas”. Uma das entidades exportadoras de carne chegou a acionar associadas sobre essa mobilização, mas não recebeu confirmação. “As empresas estão articulando a reação privadamente, com o apoio do governo”, disse a fonte. “O Grupo Carrefour depende do nosso abastecimento.”

O Carrefour nega o desabastecimento, mas não comentou sobre a interrupção da entrega pela indústria. Procuradas, a JBS e a Marfrig não comentaram o assunto. Já a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que não vai se manifestar.

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