A expectativa do Rabobank é de que os preços internacionais de produtos de frango caiam por causa da concorrência entre os fornecedores. A reabertura do mercado da UE permitirá que a Tailândia possa utilizar novamente sua cota de 92,61 mil toneladas de carne de peito salgada, competindo com fornecedores brasileiros e europeus. O banco prevê que “o retorno das exportações de frango da Tailândia criará uma nova demanda por produtos de frango salgados e terá impacto negativo nas vendas de produtos de frango processado para a UE”.
“Os principais perdedores serão Brasil e Argentina”, afirma o Rabobank. “As importações de carne de frango in natura (pela UE) já estavam difíceis para o Brasil, por causa de sua moeda forte e dos novos padrões de comercialização de carne in natura. Eles podem esperar que os traders da UE tenham uma posição mais forte de negociação no mercado”, acrescenta. “Fornecedores sul-americanos precisarão convencer compradores da UE com preços e oferta adequados e melhorados”.
O banco avalia que a indústria brasileira pode proteger sua posição investindo na distribuição local para controlar melhor os fluxos de comércio da produção no país até o processamento final e a distribuição na Europa. O Brasil também poderia, conforme o Rabobank, proteger sua posição no mercado europeu investindo em capacidade de processamento e distribuição na Europa. Tanto para o Brasil quanto para a Tailândia, “aquisições de processadores e distribuidores podem fortalecer sua posição de mercado e ajudar a aumentar suas margens de lucro”.
A Tailândia é tradicionalmente um forte competidor internacional por causa dos preços. De acordo com a Comissão Europeia, braço executivo da UE, os tailandeses implantaram uma rigorosa política para controlar a gripe aviária, o que permitirá a retomada dos embarques para a Europa. A expectativa é de que o Japão acompanhe a decisão da UE e reabra o seu mercado para as importações de frango in natura tailandês, representando nova ameaça para as exportações do Brasil.