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Uma técnica desenvolvida nos Países Baixos (popularmente conhecido como Holanda) leva em conta o bem-estar animal e, de forma personalizada, os gargalos em cada propriedade com o objetivo de aumentar a produtividade pecuária. Trata-se da metodologia Cowsignals (sinais da vaca, em tradução livre).
Cada vez mais adotada no Brasil, está diretamente inserida no conceito de sustentabilidade. O gerente de Bovinos da Auster Nutrição Animal, Wiliam Tabchoury, destaca que a metodologia costuma ser bem-sucedida na produção de bovinos de leite e de corte.
Assim, a técnica é baseada em seis fundamentais fatores que interferem, diretamente, na produtividade: alimentação, água, ventilação, iluminação, espaço e descanso.
“A metodologia é prática e científica e identifica os gargalos que podem ser trabalhados e, além disso, priorizar as ações onde elas podem ter mais resultado”.
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Nesta linha, Tabchoury aconselha o pecuarista a identificar e a investir em três pontos prioritários que mais são deficitários em sua propriedade para, só então, investir nos outros três.
Identificação de problemas na alimentação
O gerente de bovinos esclarece que um dos pontos mais críticos entre os seis gargalos da técnica Cowsignals é a alimentação do animal. Isso porque não basta que a dieta seja bem equilibrada, é preciso se assegurar que o animal ingira os nutrientes necessários.
“O ventre do animal, a barriga, [é um desses indicativos], se ela estiver estufada é uma medida de como esse animal ingeriu na última semana. Se a barriga estiver com o rúmen vazio, ela não ingeriu nas últimas 24 horas. Se a barriga estiver ‘chupada’, o animal não vem se alimentando bem na última semana”.
Neste ponto, a avaliação do escore corporal serve para entender a forma como o animal vem se alimentando nos últimos meses.
“O animal que está mais gordo, está recebendo uma dieta superior à demanda nutricional dele, então seria necessário retirá-lo do lote para ter a dieta ajustada. O mesmo vale para o animal que está muito magro. […] Veja que isso acontece com a mesma dieta que está disponível no coxo porque existem outros fatores que interferem na ingestão e, obviamente, no desempenho do animal”.