Tecnologia da Austrália aprimora rebanho ovino brasileiro

Nova central de reprodução será inaugurada no interior de São PauloTecnologias australianas de melhoramento genético chegam ao Brasil para aprimorar o rebanho de ovelhas. No fim do mês, uma nova central de reprodução de ovinos e caprinos será inaugurada no interior de São Paulo.

Falta pouco para as instalações ficarem prontas. O local tem capacidade para armazenar 120 mil doses de embriões e sêmen de caprinos e ovinos. A expectativa é comercializar entre dois e três mil embriões por ano. Os animais terão acomodações de primeira e assim que chegarem ficarão de quarentena para passar pelos exames obrigatórios do Ministério da Agricultura.

? Nossa central vai dispor de colheita e congelamento de embrião. Também temos o serviço de inseminação artificial por laparoscopia, e também nas fazendas por todo o Brasil e América do Sul ? conta Leonardo de Barros Fernandes, sócio-proprietário da central de reprodução.

A fazenda em Itapira (SP) onde Gabriel Santos da Silva é gerente está incrementando o plantel. Já é uma das clientes da central. Antes, a atividade agrícola era só com o eucalipto. Há três anos, uma parte pequena da área foi direcionada para a criação de ovinos. As raças escolhidas foram dorper e white dorper.

? Porque tem conversão alimentar rápida e liquidez de mercado. O futuro é o cruzamento do dorper com Santa Inês ? conta ele.

Hoje a criação conta com 450 cabeças, na maioria machos. A propriedade trabalha com animais só para reprodução. Inclusive, para melhorar o rebanho, importa embriões e ovinos da Austrália e África do Sul, que são referência na produção. A prova de toda essa evolução genética é Zion, grande campeão da raça na exposição nacional do ano passado. O exemplar tem dois anos e é de origem sul africana. Outro destaque do plantel é Petrus, que também já teve boas colocações em pista.

? Procuramos fazer transferência de embriões e inseminações direcionadas para sempre ter o melhor animal, tanto para nós quanto para servir outras cabanhas ? diz Gabriel. 

Os investimentos demonstram a retomada da atividade no Brasil. Nos últimos 10 anos o rebanho cresceu 10%. Hoje é de mais de 16 milhões de cabeças.

O ovino é um animal de fácil manejo. Segundo o técnico Pedro Jorge Neto, membro da Associação Brasileira dos Criadores de Dorper, também se adapta muito bem a novos  ambientes, pois suporta tanto baixas temperaturas quanto um calor de 40 graus. A raça está em evidência. 

? Acredito que o dorper já seja a raça número um em registro nos últimos meses. Inclusive, nas exposições temos visto um número muito grande de dorper e white dorper. Já existem criadores da América do Sul procurando  exemplares produzidos no Brasil ? afirma.