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Temos que nos tornar menos dependentes dos russos, afirma secretário do Ministério da Agricultura

Para titular das Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, crise do setor de carnes não pode ser atribuída exclusivamente ao embargo russoEm entrevista ao RuralBR, o secretário de Relações Internacionais de Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, comentou o aniversário de um ano do embargo russo às carnes de três Estados brasileiros. Desde 15 de junho de 2011, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso tiveram as vendas suspensas pelo maior comprador externo de carnes suínas e bovinas do Brasil.

>> Leia matéria do RuralBR com repercussão no setor sobre o um ano de embargo

De acordo com o secretário, ao longo desse período, o governo brasileiro fez 16 tentativas de reabertura desse mercado. Entre elas, houve um encontro da presidente Dilma Rousseff com o então presidente Dmitri Medvedev, em abril de 2012, e duas reuniões do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, com a então ministra da Agricultura da Rússia, em janeiro e março deste ano.

RuralBR – Por que é tão difícil a reabertura desse mercado?

Célio Porto Nós acreditamos firmemente que o embargo a três estados brasileiros, é bom frisar isso, que o embargo não é total, está por se finalizar agora com a posse do novo governo da Rússia. Tivemos sinalização da possível vinda de uma missão veterinária russa ao Brasil na primeira quinzena de julho.

RuralBR – Os russos ainda não comunicaram que lugares pretendem visitar. O governo brasileiro dirá que os Estados embargados devem ter prioridade nessa vistoria?

Célio Porto – Pelo protocolo bilateral, eles podem enviar a missão de inspeção para fiscalizar qualquer estabelecimento autorizado a exportar. Assim como aqueles que estavam autorizados e foram descredenciados. O nosso desejo é solucionar o embargo ao Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. Portanto, a nossa carta, que o secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, enviou para o chefe do Serviço Veterinário Russo, foi no sentido de solicitar a vinda da missão e o nosso desejo é o de que venham principalmente a esses três Estados, mas eles têm o direito de ir a outros Estados caso queiram.

RuralBR – Por que tanta demora em uma solução?

Célio Porto – Em 10 anos, esse foi o quarto embargo russo às exportações de carne do Brasil. Nós temos que estar sempre preparados para esse tipo de iniciativa do lado russo, porém, como eles entraram para a OMC, nós acreditamos que a partir de agora, tão logo o Congresso deles aprove essa entrada, eles passem a seguir as regras da Organização Mundial de Saúde Animal, o que nos dá mais conforto porque são as mesmas regras que nós seguimos.

RuralBR – Os suinocultores estão trabalhando no vermelho há 18 meses, muitos já estão fazendo o abate de matrizes.

Célio Porto – O que a gente verifica é que o setor entrou em crise não só pelo embargo russo, como a partir de fevereiro houve o embargo da Argentina e ao mesmo tempo com a seca que houve no Sul, o preço das matérias-primas utilizadas pela suinocultura subiu muito. Então, de um lado houve queda no preço do produto final, de outro lado houve aumento dos custos, porém, os dados de maio já mostram que o setor, em termos de exportações, superou o embargo desses dois países porque em maio as exportações foram 18% superiores a maio do ano passado quando não havia embargo nem da Rússia, nem da Argentina.

RuralBR – A Rússia busca a autossuficiência na produção de suínos, isso estaria travando as negociações?

Célio Porto – No “front” externo, a Rússia tem anunciado que busca a autossuficiência em produção de carne de aves e carne suína e os indicadores são de que na carne de aves eles estão obtendo mais sucesso do que na carne suína. Mas, o presidente russo, Vladmir Putin, tão logo tomou posse (em maio) fez visita a um grande projeto de produção de suínos na Rússia como uma forma de mostrar o seu apoio a esta política, então, que surge a grande expectativa porque nós conseguimos nesses 12 meses habilitação de novos estabelecimentos para a China e conseguimos a abertura do mercado americano e temos a expectativa de que até o fim do ano, a gente consiga abrir o mercado japonês – que é o maior mercado importador do planeta para a carne suína – também talvez o mercado coreano. Temos que nos tornar menos “russodependentes”.

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