? Já tínhamos ideia de fazer isso há uns cinco a seis anos. A Aurora se interessou pelo projeto e se propôs a ser teste de mercado mundial ? afirma Eduardo Eisler, diretor de marketing da Tetra Pak no Brasil.
Além do Aurolat, marca que já está no mercado, a cooperativa também está lançando um leite especial com a marca Aurora. Ambos usarão a tecnologia para rastreamento.
Com a rastreabilidade do leite será possível saber a origem do produto envasado, embalagem a embalagem, desde a cooperativa onde a matéria-prima foi recebida até a industrialização.
? É uma ferramenta de controle da qualidade que permite diagnóstico e prevenção (de problemas) o mais rápido possível ? garante Eisler.
O consumidor poderá checar as informações sobre a procedência do leite no site da Aurora – bastará informar o código de rastreabilidade que está impresso na caixinha longa vida.
Eisler explica que a tecnologia consiste de um conjunto de softwares que carregam informações sobre a origem e processo de produção, que são armazenadas em um banco de dados. Este, por sua vez, contém informações como data de produção, unidade de processamento, validade, início e fim da produção, cooperativas fornecedoras do leite, análise de qualidade da matéria-prima e tabela nutricional.
A ferramenta poderá, por exemplo, evitar problemas como o que ocorreu há três anos, quando cooperativas de Minas Gerais foram acusadas de fraudar leite cru entregue a indústrias para processamento. Elas teriam adicionado água oxigenada e soda cáustica à matéria-prima que seria processada e envazada.
De acordo com o presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, com a rastreabilidade, um problema como esse seria identificado já no primeiro laboratório, onde o leite recém-recebido passa por análise de conformidade. Segundo Eisler, o software delimita parâmetros, por isso, em caso de inconformidades, a produção é paralisada.
A Aurora é a primeira cliente da Tetra Pak, mas a companhia de embalagens já negocia a venda do sistema – desenvolvido pela subsidiária no Brasil com o apoio da matriz – para outras empresas nacionais e também do exterior, segundo Eisler.
Na Aurora, o sistema está sendo chamado de P.A.R. (Produto Aurora Rastreado), mas os projetos são específicos, de acordo com o executivo da Tetra Pak.
? São projetos tailor made, específicos para cada empresa ou fábrica ? afirma.
Ele não informa o quanto a Tetra Pak investiu no desenvolvimento do sistema.
? A partir do teste de mercado (com a Aurora), o sistema passará a fazer parte do portfólio da Tetra Pak ? informa Eisler.
O produto com rastreabilidade, que vai para as gôndolas de Sul e parte do Sudeste a partir de hoje, passou por um período de quatro meses de validação.
Com 95% do mercado de embalagens para leite longa vida no Brasil, a Tetra Pak deve comercializar 11 bilhões de embalagens (para leite e outros itens) este ano.