Cada caminhão está carregado com 34 bois gordos. Organizado pela Federação de Pessoal da Indústria da Carne e Derivados, o bloqueio começou ontem ao meio-dia em protesto contra as demissões em massa de trabalhadores dos frigoríficos.
O secretário geral da federação, Alberto Fantini, afirmou que 8 mil funcionários foram demitidos nos últimos dois anos, em consequência do fechamento de 10 frigoríficos, entre eles cinco da Swift Argentina, controlada pelo grupo brasileiro JBS Friboi.
O último foi a unidade de Venado Tuerto, onde trabalhavam 750 pessoas. Fantini afirmou que os 40 mil empregados dos frigoríficos espalhados pelo país correm risco de ficar desempregados, já que a crise do setor se prolonga e o governo “não dá resposta para a situação”.
A crise da indústria começou com as restrições às exportações em 2006 e se aprofundou com a seca de 2008/09. Com menor oferta de boi gordo, os preços ao consumidor dispararam e o governo decidiu apertar ainda mais o controle sobre as cotações e as exportações. Desde 2006, o rebanho bovino argentino encolheu em cerca de 11 milhões de cabeças.
– Alguém da indústria frigorífica tem de levar os trabalhadores em consideração. O preço da carne subiu nos últimos anos, mas não é nossa culpa. A responsabilidade é das políticas do setor que não dão resultados. Vamos ampliar os protestos se não houver uma resposta – afirmou Fantini.
A federação pede uma audiência com a presidente Cristina Kirchner, já que as “instâncias de diálogo não têm funcionado com outras autoridades do governo”.