– Nós não sabemos a causa específica desses problemas, mas alguns especialistas em saúde animal sugerem que o uso do suplemento alimentar Zilmax, também conhecido como zilpaterol, é uma causa possível – diz a empresa em uma carta enviada a pecuaristas. A carta cita casos de animais vivos entregues para o abate incapazes de caminhar ou mesmo de se mover.
A empresa que produz o Zilmax, Merck Animal Health, divulgou um comunicado alegando que o produto é seguro.
– Baseados em todos os dados disponíveis sobre o Zilmax, temos certeza de que a experiência relatada pela Tyson não está relacionada com o Zilmax.
Rússia e China, grandes importadores de carne, adotaram recentemente o embargo à ractopamina, uma substância similar usada na alimentação suína. O aditivo é aprovado pelos órgãos de segurança alimentar dos Estados Unidos e também do Brasil. A substância é misturada à ração na etapa final do confinamento.
JBS e National Beef vão continuar comprando gado alimentado com Zilmax
A companhia brasileira JBS e a norte-americana National Beef Packing informaram que não mudarão as práticas de compra de gado. O anúncio da Tyson Food levantou preocupações sobre um possível aperto na oferta de carnes e desencadeou um rali dos futuros de boi vivo na CME.
– A National Beef coloca alta prioridade ao bem-estar animal em nossas instalações e não planejamos alterar as práticas de aquisição de gados – informou a empresa na tarde dessa segunda-feira, dia 12.
Já a JBS, maior processadora de carnes do mundo, revelou ter observado problemas similares aos citados pela Tyson e acrescentou que continuará com a atual prática de “monitoramente extensivo” dos animais em suas unidades. O grupo brasileiro acrescentou que continuará aceitando animais alimentados com o Zilmax. Ambas as empresas adotaram postura semelhante à da Cargill, que havia declarado na semana passada que continuaria comprando gados alimentados com o suplemento.
Embora a restrição da Tyson Foods tenha inicialmente impulsionado os preços futuros do boi vivo, analistas consideram que, a menos que os concorrentes sigam o exemplo da empresa, o impacto nos preços da carne será limitado.