Os gastos com energia elétrica representam 2% dos custos de produção das indústrias do setor de aves no Brasil, conforme Turra. Ele aponta que os números estão em fase de análise, mas já se sabe que a conta de luz, os gastos com a ração dos animais e a logística de transporte serão considerados no plano.
– Até abril, teremos o desenho sobre o que somos, como somos e o que queremos ser. E sobre como estamos perante nossos concorrentes, como Estados Unidos, Tailândia e China em tudo – diz.
O Conselho Deliberativo da Ubabef se reuniu nesta quarta, em São Paulo, para avaliar as novas taxas de energia elétrica e seus impactos no segmento. Em contrapartida do benefício, ainda segundo Turra, o governo espera investimentos da indústria. O plano de competitividade deve apontar alternativas.
– Nesta hora é muito difícil, com tantas dificuldades, imaginar um novo investimento. Vamos permitir que, através da demonstração de que somos competitivos, os investidores efetivamente tenham a coragem de dar um passo a mais, oferecendo expansão, melhoria, inovação tecnológica, porque o Brasil é um ambiente propício.
Para o diretor do Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benedito da Silva Ferreira, é preciso avançar nos benefícios oferecidos à indústria.
– A tarifa de energia tem um componente, que é a amortização dos investimentos, e outro, que é a operação das usinas. Esses contratos são de 30, 40 anos. Quer dizer, já se amortizou tudo. Achamos que deveria ser feita uma nova concorrência para que isso sumisse e novos licitantes pudessem entrar e baixar o preço. Daria um valor bem maior.
A expectativa é que a indústria se beneficie ainda com a redução na conta de energia também do consumidor, para que haja aumento na utilização.
– Não dá para opinar ainda sobre o impacto em cada um dos setores da indústria, mas eles serão diferenciados, significativos e muito importantes. Se for 16,8% de redução, já é um impacto considerável que nós teríamos em nível de custo de produção – afirma.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o custo de energia chega a R$ 490 milhões por ano para este setor. O equivalente a R$ 40,8 milhões por mês. Com a redução média de 20% esperada pela indústria, o desconto ficará em torno de R$ 8 milhões por mês.