Na lista de alternativas para a exportação da carne suína do RS, destaca-se a Ucrânia. Conforme dados do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, as vendas à Ucrânia em abril deste ano cresceram 607% em quantidade (por quilo), mas o preço médio teve redução de 13%.
– O quilo do suíno está sendo vendido por cerca de R$ 1,80 no Estado, e o custo é de R$ 2,60. Precisamos controlar a oferta nacional antes de criar expectativas de buscar novos mercados internacionais – diz o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador.
Apesar de o Ministério da Agricultura alertar que técnicos russos devem vir ao Brasil, no próximo mês, para reavaliar a situação de embargo no Estado, o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, aponta a necessidade de pensar em alternativas. Kerber aponta, ainda, que no mercado nacional a carne gaúcha também acaba sendo prejudicada, restando poucas opções de venda.
– O Estado está longe dos principais centros consumidores de suínos, como São Paulo e Rio de Janeiro, e mais distante ainda daqueles que produzem pouco e poderiam consumir o nosso (produto), como Norte e Nordeste – explica.
Representantes de produtores se reuniram nesta semana com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, destacou a necessidade de prorrogação dos vencimentos das dívidas de custeio e investimento dos suinocultores, o aumento dos limites de crédito para retenção de matrizes para o valor de R$ 500 por matriz, até o limite de R$ 2 milhões por produtor, e a inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
– Há 18 meses os suinocultores estão arcando com prejuízos – afirma Lopes.