? As expectativas são de um grande crescimento no consumo mundial de carne de frango nos próximos anos. Mas ainda enfrentamos muitos entraves logísticos no transporte de produção, tanto nas rodovias e ferrovias quanto nos portos. É uma ameaça sobre a competitividade. De nossa parte procuramos, além de mapear os problemas, sugerir soluções ? destacou o presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra.
O trabalho foi realizado a partir de consultas detalhadas junto aos associados da Ubabef e workshops coordenados pelo diretor Financeiro e Administrativo da entidade, José Perboyre Ferreira Gomes. E, além de empresas do setor avícola, envolveu também segmentos importantes na área logística, como representantes de empresas de transporte marítimo e operadores portuários.
? Esta ação multidisciplinar foi fundamental para conseguirmos harmonizar posicionamentos entre todas as empresas envolvidas no processo de exportação e no mercado interno. A expectativa agora é de que tenhamos soluções de curto prazo para as demandas do setor. No caso de demandas de médio e longo prazo, buscaremos acompanhamento com reuniões junto ao poder público ? afirma Perboyre.
Segundo levantamentos, o custo logístico do Brasil equivale a duas vezes o custo dos EUA. De acordo com a Ubabef, estima-se que 12% da receita das exportações se percam com gargalos de infraestrutura.
? O Brasil é o maior exportador e o terceiro produtor mundial de carne de frango. Mas não podemos nos acomodar com essa posição. A concorrência no mercado internacional é feroz, e irá aumentar ainda mais. Enquanto isto, importantes concorrentes nossos, como os Estados Unidos, não apresentam tamanha desvantagem na logística. Países emergentes como China e Índia crescem e ganham competitividade pelos investimentos que vêm fazendo, enquanto o Brasil parece estagnado ? frisou o presidente executivo da Ubabef.
O documento destaca a necessidade de aumento do calado em alguns portos, além de ampliação de terminais de cargas; expansão de linhas ferroviárias para o escoamento da produção de grãos; e revisão de valores de pedágios para transporte de carga em rodovias, entre outras medidas. As proposições da Ubabef também incluem sugestões para racionalização de processos.
O Congresso
O 22º Congresso Brasileiro de Avicultura, entre os próximos dias 25 e 27, no Centro de Exposições Imigrantes, será o maior evento já realizado pelo setor no país e terá como tema “A competitividade da avicultura brasileira”.
A abertura do Congresso contará com as presenças da senadora e presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf, do presidente do USA Poultry and Egg Export Council, Jim Sumner, de representantes do empresariado do setor, como o CEO da Brasil Foods, José Antônio do Prado Fay, e do presidente da Divisão de Aves, Suínos e Industrializados da Marfrig, Mayr Bonassi, além de especialistas técnicos de renome internacional, como Susan Watikins (Universidade do Arkansas), Edgar Oviedo (Universidade do Estado da Carolina do Norte), Ibiara Paz (Universidade Federal da Grande Dourados), Michael Kidd (Universidade do Arkansas), entre outros nomes de peso para o agronegócio internacional.
A programação aborda, entre outros assuntos, os Desafios e perspectivas do comércio internacional; Competitividade: O grande desafio brasileiro; e Desafios logísticos para a produção e exportação de aves. Nesse último painel a Ubabef fará a apresentação de suas proposições.
Paralelamente ao Congresso será realizada a maior feira especializada no setor avícola no Brasil, com a presença de empresas de genética, equipamentos avícolas, insumos, certificadoras e players do comércio exterior.