O jornal uruguaio Últimas Notícias divulgou nesta terça que o Uruguai vendia 16 mil toneladas de leite em pó ao Brasil, que agora estão sem saída.
Marrero disse à Agência Efe que grandes quantidades de leite ficaram presas no Uruguai, já que as vendas ao Brasil já eram automáticas e que agora o país vizinho mudou o sistema de forma unilateral.
O Brasil ofereceu em troca, na semana passada, uma quota de importação de 3 mil toneladas de leite em pó por mês.
O “Últimas Notícias” afirmou que a razão para a rejeição da proposta brasileira foi que isso significaria um retrocesso ao acordo bilateral entre os dois países e prévio à criação do Mercosul.
Estas mudanças afetam em grande medida um país como o Uruguai, que exporta 60% do leite que produz.
O ministro de Pecuária do Uruguai, Ernesto Agazzi, negou nesta segunda, dia 6, que os produtos lácteos exportados para o Brasil estejam sendo triangulados por terceiros como a Argentina ou oferecidos a preços subsidiados, e ressaltou que o sistema produtivo uruguaio “é eficiente”.
Agazzi rejeitou também a alta da Tarifa Externa Comum (AEC, na sigla em espanhol) do Mercosul proposta pelo Governo brasileiro, de 14% para 27%, até que não se esclareça ou solucione os impedimentos ao leite uruguaio, apesar de Marrero ter reconhecido que seria um aumento “benévolo”.
Marrero declarou que o setor lácteo mundial está em um momento “muito complicado” e que, por isso, todos os blocos comerciais estão tomando medidas protecionistas.