Segundo a Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Genéricos (Aenda), o uso inadequado acontece porque não existem produtos registrados para todas as culturas. Quando o agrotóxico tem pouca demanda, o processo de registro custa caro demais para as empresas, que acabam desistindo. O produtor precisa recorrer a outros defensivos.
A maioria dos casos de uso inadequado só é descoberta pela fiscalização quando são encontrados resíduos nas análises de solo.
? Isso é um crime, utilizar produtos numa lavoura se não está autorizado. E pode até ocorrer de ter de ser interditada essa lavoura, ser destruída esta lavoura. Se ele usou, por exemplo, no arroz e este produto está somente recomendado para a lavoura de soja, ele pode sofrer esta penalidade ? explica Rita Grasselli, chefe da divisão de fiscalização de Insumos e Serviços da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul.
O Ministério da Agricultura reconhece que o processo de registro de um produto é longo, mas aconselha que os agricultores façam o uso correto, para evitar prejuízos.
? O receituário agronômico é uma importante ferramenta que nós temos que fazer uso. Lá está o produto, lá está a dosagem, em que época ele deve aplicar, com que climatologia, para que o produto possa funcionar. O receituário agronômico deve ser seguido, não é difícil, basta procurar um técnico ou os extensionistas que estão ali aptos a receitar o produto para sua cultura ? Mauro Rugiro, chefe de fiscalização de Insumos Agrícolas.