Uso de tecnologia é chave para melhorar a produtividade do leite

No Triângulo Mineiro, produtores utilizam chip que controla alimentação de bezerrosNovidades tecnológicas têm contribuindo para o aumento da produção de leite no Triângulo Mineiro. O alimentador de bezerro é novidade na região. Com um chip preso no pescoço do animal, é possível fazer a sua identificação. Uma máquina libera o leite mantido a 36 graus, uma quantidade é liberada a cada duas horas, de acordo com a fase do animal. O produtor de leite, Eire Enio de Freitas, diz que o investimento de R$ 140 mil atende 200 bezerros.

– O investimento foi um pouco alto, mas por outro lado, cai o uso de medicamento. Menos animais morrem. As bezerras tendem a emprenhar mais rápido e, consequentemente, vão produzir leite mais rápido. Hoje, o que está salvando é a tecnologia – destaca o produtor.

Especialistas apontam que o mercado de leite deve continuar comprador, e que o Brasil é o único país no mundo que pode melhorar a qualidade e a eficiência da produção a pasto. Os novos projetos já nascem viáveis, com investimentos sociais, ambientais, e manejo profissional. O mercado trabalhou numa crescente, o preço subiu R$ 0,15 em média, no primeiro semestre. Na região do Triângulo Mineiro, a produção cresceu 15%.  

Na propriedade do zootecnista Henrique Milagres Rafael, a quantidade e a qualidade do leite possibilitaram um incremento no preço acima da média, que pode passar de R$ 1,20 pelo litro. Henrique conta que, no ano passado, nesta mesma época, o valor era de R$ 0,97. O custo segue em R$ 0,82 por causa da eficiência. Um projeto novo que recebeu investimento de R$ 2,3 milhões começou em abril do ano passado e, hoje, está com 400 vacas em lactação produzindo sete mil litros dia.

– Não com sua capacidade máxima, tirando em média 4,2 mil litros por dia, nós fechamos 33 mil litros por hectare ano. Uma média de rendimento econômico de R$ 3,3 mil por hectare ano, mostrando que nossa atividade leiteira é extremamente rentável quando levada a sério – destaca.

Henrique explica que o segredo está no planejamento e na gestão. Segundo ele, 65 hectares de pastagem é rotacionada para atender todo rebanho nas águas, e confinamento com estrutura simples para abrigar os animais durante a seca.
 
 – Com o rebanho que nós temos hoje, dá para fazer um novo rebanho e se consolidar daqui a 4 ou 5 anos. Para ter outro projeto e conseguir produzir 25 a 30 mil litros por dia.

Um curso do Serviço Nacional da Aprendizagem Rural (Senar), sobre manejo na produção de leite, estimula e profissionaliza os trabalhadores. A mão-de-obra faz a diferença na atividade que tem uma das menores margens de lucro e trabalho dobrado.

– Leite é uma atividade que você calcula em décimo de centavos. É diferente de qualquer outra atividade do meio rural, além de gerar um volume de trabalho muito grande. Na minha opinião, talvez seja uma das atividades no meio rural que mais exige dedicação do produtor. A gestão é fundamento para economizar tempo e garantir um bom treinamento das pessoas envolvidas no trabalho e para alcançar esta eficiência – disse Rafael Paiva Izidoro, Senar Gado e Leite.

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