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Valor investido no confinamento retorna ao produtor em até seis anos, afirma diretor de confinamento da JBS

Entrevistado do Jornal da Pecuária na quarta-feira, dia 24, Fernando Saltão respondeu a perguntas dos internautas em chat no RuralBRO diretor de confinamento da JBS, Fernando Saltão, foi o entrevistado dessa quarta, dia 24, do Jornal da Pecuária, e abordou as perspectivas para o confinamento em 2013. Após a entrevista, ele respondeu a perguntas sobre o assunto em chat no portal RuralBR.

O tipo de trato no confinamento, principalmente em relação ao psicológico do animal, pode influenciar a qualidade da carne?

Fernando Saltão: o que procuramos fazer em nossas operações é atingirmos um nível de consumo de ração desejado no menor tempo possível. Para isso, utilizamos um programa nutricional contendo dietas de adaptação, crescimento e terminação. Procuramos fazer com que os animais atinjam o consumo esperado rapidamente. Existem ingredientes que, em excesso, podem interferir na qualidade e no sabor da carne. Para que isso não ocorra, é recomendável um correto balanceamento das dietas.

Em quanto tempo o investimento feito no confinamento dá retorno?

Fernando Saltão: o investimento em estrutura, normalmente tem um pay back de cinco a seis anos. Claro que isso vai depender do tamanho da planta que você construir.

O que as entidades rurais podem fazer para aproximar o comprador de boi com o pecuarista na região do Triângulo Mineiro?

Fernando Saltão: as entidades de classe devem ter atitude de defesa dos interesses de seus associados. Acredito que a indústria frigorífica é um dos elos que fazem parte da atividade, que tem como “bem comum” vender bem e cada vez mais carne bovina.

Qual custo dieta/dia no JBS?

Fernando Saltão: nos confinamentos da JBS, as diárias são calculadas de acordo com características do lote de animais. Nós coletamos informações, de peso, raça, sexo – macho castrado ou inteiro, fêmea – e da condição corporal dos animais para aí sim precificar as diárias.

Qual o nível de acabamento que vocês desejam no confinamento? E na indústria?

Fernando Saltão: para mercados gerais, acima de 3 mm [de gordura de cobertura nas carcaças].

Qual o peso ideal para retirada do animal do confinamento?

Fernando Saltão: o ideal é aproveitarmos bem as carcaças, e enviarmos ao abate animais bem terminados. O pecuarista ganha em rendimento de carcaça, e o frigorífico terá matéria prima com melhor qualidade. O aumento de peso de carcaças é tendência.

O boi castrado tem uma carne macia?

Fernando Saltão: o boi castrado, por ter uma melhor cobertura, protege a carcaça do encurtamento de fibras pelo frio.

O confinamento no sistema sem volumoso é viável? Qual o ganho de peso diário nesse sistema?

Fernando Saltão: tenho algumas ressalvas sobre estes sistemas. Na prática, é difícil a conta fechar.

Qual a perspectiva de ganhos diários? São feitas pesagens com jejum?

Fernando Saltão: pesamos os animais na chegada do confinamento. Tiveram jejum de viagem. Na saída, cortamos o ultimo trato do dia anterior ao embarque. Os animais são pesados no momento do embarque, pela manhã. Temos tido ganhos em torno de 1.600 Kg/dia, com rendimentos de 55% (animais inteiros).

Confinar fêmea é viável economicamente?

Fernando Saltão: sobre fêmeas, a conta deve contemplar não somente o período de confinamento, mas a desocupação de pastagens, liberando área para outras categorias. A conta não é muito fácil. A fêmea confinada pode ser interessante para atendimentos de algum mercado específico que remunere melhor.

O frigorífico bonifica animais confinados de 20 meses?

Fernando Saltão: sobre animais de 20 meses, bem terminados, caso estejam habilitados, podem atingir premio para Cota Hilton.

Qual valor desta bonificação da Cota Hilton?

Fernando Saltão: normalmente R$ 2,00 por arroba, dependendo da época do ano. Acima do prêmio Europa combinado. Para a Cota Hilton, os animais têm que estar rastreados Sisbov desde os 10 meses de idade. Também têm que ser terminados em propriedade habilitada na lista Traces.

Qual é o futuro dos pequenos e médios confinamentos? Já que, em palestras, o pessoal do JBS acredita mais nos megaconfinamentos como viáveis?

Fernando Saltão: os maiores ganham em escala, principalmente na compra de insumos. Também existem vantagens com relação à diluição de custos fixos com maquinário, tecnologia, etc.

Qual é o peso ideal do boi sair do confinamento para o frigorífico?

Fernando Saltão: o mercado em geral pede carcaças pesadas e bem terminadas. Para o frigorifico, no final do dia, teremos mais Kg de carne por hora por homem, por exemplo.

Quais as modalidades utilizadas pelo confinamento JBS para os parceiros, suas diferenças e valores cobrados do parceiro? O que ele ganha em entregar o animal para vocês confinarem?

Fernando Saltão: basicamente, trabalhamos com quatro modalidades que são simuladas de acordo com o padrão dos animais. Nossos confinamentos são habilitados para a União Europeia, e o bônus conseguido com o frigorífico é repassado ao pecuarista. Outra questão que acho importante é a possibilidade de utilizar nossas unidades como apoio de aumento de lotação de suas pastagens, sem a necessidade de imobilizar capital em insumos.

Assista à entrevista com Fernando Saltão no Jornal da Pecuária:

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