Segundo o produtor rural, José Dini, a estiagem que começou em novembro de 2013 limitou o trato com os animais e obrigou pecuaristas a comprarem ração e farelo. Com isso, os custos de produção aumentaram, além da elevação na energia elétrica.
– O custo ficou mais alto. Sobe tudo e o leite baixa. A gente fica sem opção nenhuma de trabalho – lamenta o produtor.
De acordo com o analista de mercado, Daniel Bedoya, a esperança estava concentrada na virada do ano, período da entressafra, quando diminui a oferta e aumenta o preço. Mas, o que estava ruim, ficou ainda pior.
– Em janeiro a gente teve uma queda de preços pelo excesso da produção oriunda do ano passado. Decorrente de um maior área investimento na atividade e de chuvas regulares no final do ano. Com isso, se criou um estoque muito grande nas indústrias, empurrou o preço pra baixo até janeiro e fevereiro, numa época comum de recuperação dos preços. Se a gente acompanhar a média histórica, sempre tem uma queda do preço em novembro e dezembro para o leite pago ao produtor, e começa a recuperar janeiro e fevereiro. Este ano foi diferente devido ao excesso de produção – explica o analista.
Segundo levantamento mais recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a alta foi de 6,16% no mês de abril em relação a março, e deve se manter assim pelo menos até junho. De acordo com Bedoya, o perigo para os produtores está no segundo semestre, quandio o preço pode cair novamente.
– As indústrias já estavam se preparando com a elevação dos preços do derivado. Nas gôndolas de supermercados, por exemplo, para suprir esta entressafra. Aconteceu que os preços foram tão elevados num nível que o consumidor não conseguiu absorver ou não quis absorver e isto está influenciando o mercado. É de se esperar que o próximo mês tenha uma ligeira alta e daqui a dois meses alguns colaboradores afirmam queda – conclui.
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