– Avistamos os animais mortos quando a mancha se dirigia à areia, no fim da tarde de ontem (quinta). Identificamos peixes, siris e até uma tartaruga – disse o tenente responsável pelo policiamento ambiental em 11 municípios da região, Reinaldo Ferreira de Araújo.
Os animais foram levados para o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, situado no município de Imbé, a poucos quilômetros do local. Biólogos investigarão a possível contaminação.
Na tarde desta sexta, uma equipe do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, também flagrou uma espécie de gaivota, um Trinta Réis, morta ao lado da plataforma de pesca de Tramandaí, o ponto mais atingido pelo derrame de óleo. De acordo com o relato dos profissionais, a ave exibia manchas pretas e viscosas na cabeça, que pareciam óleo.
– A corrente marítima deve levar mais animais mortos para as praias nos próximos dias. Vamos ter um diagnóstico melhor entre esta sexta e sábado – afirma Araújo.
Uma vistoria realizada pelo promotor de Justiça de Tramandaí, Leonardo Menin, e pela Divisão de Assessoramento Técnico (DAT) do Ministério Público detectou que ainda há resíduos de óleo na faixa de areia que compreende a foz do rio Tramandaí, em Imbé, até os molhes da praia. As manchas, em pequena quantidade, restam após o trabalho de retirada do material contaminado.
A areia será mantida em contêineres até que a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) designe a destinação adequada. O Ministério Público adiantou que entrará com uma ação judicial para cobrar da Transpetro o pagamento de danos morais para veranistas e comerciantes que foram prejudicados pelo vazamento de óleo em Tramandaí, no Litoral Norte.