As raças de corte tiveram um crescimento de 26,81%, com a venda de 7,011 milhões de doses. As raças de leite subiram de 19,16%, alcançando um total de quase 4,895 milhões doses. Conforme os dados da Asbia, cerca de 57% do sêmen utilizado no Brasil é nacional.
Os Estados da região Centro-Oeste tiveram maior participação nas vendas de sêmen de gado de corte, com Mato Grosso respondendo por 15,3% do total, seguido de Mato Grosso do Sul, com 13,78% e Goiás, com 11,59%. São Paulo aparece na quarta posição, com 9,4% do total e Minas Gerais em quinto, com 8,59%.
Nas vendas de sêmen de gado de leite Minas Gerais lidera, com 27,93% de participação, seguido do Rio Grande do Sul, com 14,88% e Paraná, com 14%.
Entre as principais raças de corte, o maior crescimento foi do Angus. Com 53,6% de aumento, foram vendidas 1,8 milhão de doses de sêmen. O Nelore, que tem o maior rebanho do país, continua na liderança, com a venda de 3,017 milhões de doses, alta de 20,81% na comparação com 2010.
Para o presidente da Asbia, Lino Rodrigues Filho, há uma popularização da tecnologia de inseminação artificial.
– Nos últimos 10 anos, 100% do material nos leilões de elite era inseminado. Então, eu não tive crescimento. Estou tendo crescimento expressivo. Consequentemente, é em função da massa produtora mesmo. A cadeia da pecuária é muito atenta, ela vai incrementar a produtividade e a inseminação, aliada ao manejo e alimentação. Consiste em um vetor de sustentabilidade bastante interessante – aponta.
Apesar disso, o dirigente reclama que o preço do sêmen está baixo e não acompanha o aumento da demanda. Segundo Rodrigues, a dose deveria custar, pelo menos, R$ 15,00. Hoje, varia entre R$ 10,00 e R$ 12,00. Ele acredita, entretanto, em valorização e diz esperar que o mercado mantenha o ritmo de crescimento.
– Se eu partir do princípio de que apenas 10% das matrizes são inseminadas, acho que nós vamos ter novos clientes entrando no mercado, já que a base é pequena. O Brasil é um país que se caracteriza por ser um grande produtor de carne e de leite – afirma.
O cenário no mercado externo, no entanto, não inspira o mesmo otimismo. A balança comercial da genética bovina é amplamente desfavorável ao lado brasileiro. Mais de cinco milhões de doses comercializadas no país no ano passado foram importadas. As exportações ficaram abaixo de 200 mil doses.
– O primeiro motivo são as barreiras impostas por países que não querem que a genética entre lá. E não são todas as raças produzidas no Brasil que têm teste de progênie em condições de justificar essa exportação. Além disso, nós precisamos de iniciativas em conjunto do Ministério (da Agricultura) e as empresas para fazer um trabalho do nosso marketing – opina.
O gerente de mercado da empresa de inseminação artificial Alta Genetics, Tiago Carrara, afirma que 2011 foi um bom ano, com vendas de 3,3 milhões de doses de sêmen. Houve crescimento de 20% em relação a 2010. Segundo ele, a expectativa é manter o ritmo neste ano.
– A gente tem uma pressão tanto econômica quanto ambiental para aumentar a produtividade. Então, o produtor acordou que sem o melhoramento genético, ele não consegue fazer isso – diz.