Vistorias contra aftosa no RS priorizarão propriedades com menos de 100% de animais vacinados

Fiscalização na região Noroeste do Estado busca impedir entrada da doença por meio das fronteiras com outros paísesNa região noroeste do Rio Grande do Sul 29 municípios estão sendo inspecionados pela operação de vigilância sanitária, o objetivo é evitar a entrada da febre aftosa no Estado. As vistorias vão priorizar propriedades com menos de 100% de animais vacinados. O foco das seis equipes volantes que iniciaram o trabalho nesta quarta, dia 4, e das outras duas que devem entrar em operação nesta quinta, dia 5, são rodovias estaduais e federais e áreas de atracação de balsas que fazem o transporte de carros

Dois dias após a confirmação do foco de febre aftosa no Paraguai, a Secretaria Estadual de Agricultura em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, já iniciou a fiscalização para evitar a disseminação da doença no Estado pelo município de Porto Mauá, na fronteira com a Argentina. Equipes de Osório e Cacequi reforçam o trabalho de vigilância na região. No município, a cerca de 600 quilômetros do local onde houve registro da doença no país vizinho, foram montadas barreiras policiais e fiscalizadas propriedades rurais.

Propriedades que apresentaram grande movimento de gado, que são suspeitas de terem falhas na vacinação, onde frigoríficos clandestinos foram fechados recentemente, ou que os donos possuem fazendas no Paraguai também vão ser priorizadas no cronograma de visitas das equipes volantes e das inspetorias veterinárias.

– Iremos autuar os produtores que não tiverem vacinado o gado e também fazer a imunização desses bovinos – afirma o chefe do departamento de defesa agropecuária do Estado Eraldo Leão.

Com a listagem das propriedades inadimplentes com a vacinação, os agentes farão visitas a esses lugares para a classificação e contagem de animais. Na região, cerca de 2% do rebanho não foi vacinado.

– Se o produtor não conseguir comprovar a procedência de algum dos animais, ele fica como fiel depositário e o bicho é recolhido – explica o médico veterinário da Secretaria Estadual de Agricultura, regional de Santa Rosa, Robson Garagorry.

Na propriedade de Luís Henrique Bordin, em Barra do Santo Cristo, interior de Porto Mauá, 100% dos animais foram imunizados. O produtor possui 220 cabeças e se diz consciente de que não vale a pena dar margem à doença.

– Vacinar é o melhor caminho para evitar a perda econômica. Sempre aplicamos em todos os animais, de acordo com o calendário – comenta Bordin.

Fiscalização

Em casos onde o número de animais for diferente do declarado, o pecuarista terá 48 horas para explicar a situação. Se não apresentar justificativa, a propriedade será lacrada. O objetivo é evitar o trânsito indevido de animais.

Barreiras fixas serão montadas na localidade de Porto Soberbo e também em rodovias federais do Estado. O objetivo é impedir a entrada de quaisquer produtos de origem animal ou vegetal vindos de outros países.

O veterinário Júlio Cesar Dorneles aponta que a participação da população é essencial na luta contra a entrada da febre aftosa no Estado.

– A gente espera exatamente o apoio da comunidade, principalmente do produtor rural, para que eles possam denunciar qualquer tipo de transação anormal que tenha acontecido com os animais. Até mesmo aqueles que eles saibam que possuem animais a mais na propriedade, que não tenham cadastrado na inspetoria . Eles têm a obrigação de nos avisar para o bem deles, inclusive – salienta.

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Em linha do tempo, relembre a cronologia do combate à febre aftosa:

Confira a localização do distrito de Piri Pukú, na região de San Pedro:


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