A proposta foi apresentada em reunião ampliada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), também chamado de Conselhão, que é um órgão consultivo da Presidência da República. O encontro foi realizado em Ribeirão Preto (SP).
? No passado, infelizmente, cometeu-se o crime, justificado pelas dificuldades do setor, de sacrificar matrizes em um nível impossível de ser aceito. Por isso, tivemos um decréscimo do nosso plantel e hoje temos que recuperar ? disse.
Coordenada pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha, a reunião teve a participação de empresários, trabalhadores, acadêmicos e políticos para discussão regional da Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento (ANC), aprovada pelo conselho e apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho passado.
Além de Wagner Rossi participaram como convidados da reunião do CDES a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), José Carlos Carvalho, além dos conselheiros Maurílio Biagi Filho, representante da classe empresarial, e Jorge Nazareno Rodrigues, representando os trabalhadores.
Wagner Rossi aproveitou a reunião para reiterar o peso do agronegócio na economia do país.
? O Brasil tem sido buscado como exemplo. Temos expertise de ponta na produção de grãos. Acabamos de fechar uma safra recorde de 147 milhões de toneladas, o que era absolutamente impensável 10 anos atrás ? comentou.
O ministro também citou a liderança mundial do Brasil na produção de café, em cítricos e na exportação de carne de aves e do complexo soja.
? Isso tudo foi obtido compatibilizando-se o aumento da produção de alimentos com o respeito ao meio ambiente ? afirmou.
Ele ressaltou que o Brasil tem o maior conjunto de florestas exploradas com sustentabilidade do mundo – 6,2 milhões de hectares de extrativismo conservacionista – e é a terceira maior agricultura orgânica do mundo. No Brasil, existem 1,77 milhão de hectares plantados e colhidos sem o uso de fertilizantes ou defensivos químicos.
Rossi lembrou, ainda, o estímulo do governo federal a práticas agronômicas que compatibilizem o aumento de produção de alimentos e preservação ambiental.
? É uma grande injustiça atribuir ao agronegócio e à agricultura familiar brasileira a destruição da natureza. Isso é uma grande inverdade ? disse o ministro.
Ele lembrou que, em junho, o presidente Lula lançou o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que vai destinar R$ 2 bilhões para os produtores desenvolverem projetos agropecuários de impacto ambiental, com redução da emissão de gases de efeito estufa.
O incentivo a tecnologias verdes foi uma das prioridades apresentadas pelos participantes do encontro. Outra questão que surgiu nas discussões foi a qualificação profissional e o estímulo à produção científica dentro das empresas a partir da contratação de doutores e cientistas – atualmente, 75% desta produção é gerada nas universidades. Empresários da região defenderam, ainda, a construção de um aeroporto internacional em Ribeirão Preto.
O CDES já realizou reuniões ampliadas em Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Recife (PE), Aracaju (SE), Belém (PA) e São Paulo (SP).
? O Brasil é tão diverso. Tomamos a decisão de fazer reuniões setoriais e regionais para o detalhamento da Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento ? explicou Alexandre Padilha.
A iniciativa de um encontro em Ribeirão Preto partiu do conselheiro Maurílio Biagi Filho.