O pecuarista gaúcho José Roberto Pires Weber foi reeleito para presidir por mais dois anos a Associação Brasileira de Angus (ABA). A eleição ocorreu nesta quinta-feira, dia 8, em assembleia geral realizada em Porto Alegre (RS). A nova diretoria do biênio 2017/2018 também conta com a experiência do mineiro Paulo Marques como vice-presidente.
Otimista, Weber assume confiante de que a crise que atingiu a economia brasileira está com os dias contados. “O grande divisor de água deverá ser a próxima safra agrícola. Se tivermos uma boa colheita, vamos passar por um mar tranquilo”, salientou, lembrando que o agronegócio sempre ponteou o processo de desenvolvimento do Brasil.
Apesar das dificuldades e da falta de estabilidade no cenário político, Weber confia que, no segundo semestre de 2017, a economia brasileira deve voltar a crescer. “É claro que a pecuária também está sujeita às influências da crise no poder de consumo da população, mas a raça Angus vem tendo um crescimento assustador. A venda de sêmen Angus passou de 4 milhões de doses e o Programa Carne Angus também segue uma curva ascedente”, ressaltou durante solenidade de final de ano realizada na Associação Leopoldina Juvenil em Porto Alegre.
Segundo ele, 2016 deve terminar com abate de 500 mil cabeças certificadas, o que eleva a confiança sobre o futuro da produção. A previsão de atingir 1 milhão de cabeças ano em 2020 deve ser atingida bem antes disso, projeta Weber. “Evidentemente que vamos incrementar a exportação, mas para isso precisamos do produtor. Para exportar é necessário rastreabilidade e isso implica em conscientização e visão de cadeia do produtor”. Estamos fazendo todo o possível para difundir a carne Angus brasileira no exterior e já estamos colhendo frutos com exportações que crescem a taxas geométricas principalmente para Europa e países árabes.
Em relação ao mercado externo, o presidente da Angus acredita nas promessas do governo norte-americano de aquisições mais expressivas de cortes, movimento que também contribuiu com o aceno do Japão de fomentar as compras da carne brasileira. “É importante abrir mercado no Japão, que sempre foi o sonho de todo produtor de carne do Brasil. São mercados sofisticados, mas que pagam preços diferenciados”.
Questionado sobre os principais desafios da raça para os próximos anos, Weber foi enfático ao dizer que é preciso mostrar aos criadores nacionais a qualidade genética do rebanho. “O grande desafio é passar ao produtor que o Angus do Brasil é muito bom e talvez melhor do que muita genética importada. Aqui temos animais aclimatados, testados, com carne de qualidade. Não precisamos insistir tanto em importar genética estrangeira, que, as vezes é bem inferior do que a que temos no Brasil”. E ainda lembrou da importância de profissionalizar a gestão e enxugar custos de forma a trabalhar com modelos mais eficientes em um momento delicado na economia e na política.
Durante a assembleia desta quinta-feira, Weber ainda destacou a ampliação do corpo técnico da Associação, com trabalho de qualificação e treinamento realizado ao longo de 2016. “Nunca houve um treinamento dessa ordem. Foram 118 inscritos e tivemos menos de 10% aprovados”, frisou. Entre as metas para 2017 está o fortalecimento da campanha Touro Angus Registrado que busca conscientizar os criadores sobre as vantagens de usar animais com a chancela da ABA.