No ano de 2000, o Ministério da Agricultura publicou uma instrução normativa, a IN3, que regulamenta os métodos de insensibilização de acordo com o abate humanitário, mas, segundo José Rodolfo Ciocca, gerente do programa de Abate Humanitário da WSPA, ainda é uma das etapas mais críticas dentro dos frigoríficos.
Serão três dias de curso, abordando o abate de aves, suínos e bovinos. É a primeira vez que a capacitação – promovida pela Sociedade Mundial de Proteção Animal em parceria com o Ministério da Agricultura – é realizada em Uberaba. O conceito do abate humanitário busca garantir ao animal as cinco liberdades no período que antecede a sangria; ou seja, o animal tem que estar livre de fome e sede, de desconforto, de dor e doença, de medo e stress elevado e livre para expressar o comportamento natural.
O abate humanitário não se faz apenas no frigorífico. Começa lá no manejo da propriedade, passa pelo embarque, transporte, desembarque, espera e sangria. Tudo tem que ser feito para que o animal sofra o mínimo possível.
Em um caminhão de transporte de aves, o gerente do programa de abate humanitário mostra um exemplo simples de respeito à integridade dos animais. As caixas em bom estado de conservação evitam que as aves se machuquem durante a viagem. Dentro dos frigoríficos, segundo José Rodolfo, uma das etapas mais críticas é o momento da insensibilização, quem nem sempre é feita de forma correta.
A garantia de bem estar animal reduz perdas significativas. Segundo um estudo do Grupo Etco, entidade brasileira que estuda o comportamento dos animais, cerca de 70% dos bovinos que chegam aos frigoríficos do país apresentam pelo menos um hematoma. Carne que é descartada pela indústria.
Além de reduzir perdas, a mudança de atitude promete um ambiente mais tranquilo e seguro dentro das indústrias, sem comprometer a agilidade do trabalho.