O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou hoje esperar que o acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia (UE) seja finalizado na segunda-feira (4). “O acordo Mercosul-UE está bastante adiantado”, disse o ministro.
Fávaro participa da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) nos Emirados Árabes Unidos.
Ele embarca com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo para Berlim (Alemanha).
Na segunda-feira, a delegação deve se reunir com a Comissão Europeia para discutir os termos do acordo.
O ministro afirmou que já houve avanços na discussão dos temas polêmicos ligados ao meio ambiente na UE e que a expectativa é que o acordo seja fechado até o dia 7, quando termina o período do Brasil na presidência do Mercosul. Nos dias 6 e 7, ocorre a Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro.
Como afirmou em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro, Fávaro pontuou que o Brasil não aceita as imposições da União Europeia na área ambiental que ferem a soberania dos países, como o Mecanismo de Ajuste Fronteiriço de Carbono (CBAM, na sigla em inglês). “Não aceitaremos que o parlamento europeu imponha regras ao Brasil”, disse o ministro na entrevista.
Argentina apoia acordo
A deputada eleita Diana Mondino, chanceler designada pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, disse que os dois países são irmãos e continuarão sendo depois que o candidato de ultradireita tomar posse no próximo dia 10. “Temos que trabalhar muito juntos para que os dois países cresçam”, disse.
A integrante do futuro governo de Milei fez a declaração a jornalistas ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. “O encontro foi excelente, muito amável”, disse a argentina.
A economista garantiu que a parceria continuará e sinalizou positivamente sobre o apoio de seu país à finalização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). “Queremos parcerias, o melhor e o mais rápido que pudermos”, afirmou, citando também acordos com outros países, como Cingapura.
Ela disse, no entanto, que não tem certeza sobre a necessidade de seu país integrar o BRICS, num acordo acertado durante o governo de Alberto Fernandez. O Brics é formado atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e deverá ser ampliado para 11 membros a partir de 2024 – a previsão era que a Argentina fosse um dos novos membros. “Não tenho ideia de como a Argentina vai participar dos Brics”, disse. “Com todos os problemas econômicos que temos na Argentina, não entendo qual vantagem teríamos de entrar (no bloco). Claro que, se tivermos, vamos participar”, afirmou.