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Dólar reflete eleições nos EUA e fecha com a maior queda desde agosto

Apesar de apertada, a ligeira vantagem do candidato democrata, Joe Biden, animou os mercados de países emergentes

O dólar comercial fechou em forte queda de 1,83% no mercado à vista, cotado a R$ 5,6570 para venda, na maior queda percentual desde 28 de agosto, em sessão de espera pelo resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, no qual a apuração foi iniciada na terça, 3. Apesar de apertada, a ligeira vantagem do candidato democrata, Joe Biden, animou os mercados de países emergentes, mesmo diante a possibilidade de judicialização do processo eleitoral.

Para o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, o dólar renovou mínimas sequenciais – a R$ 5,64 – em meio às avaliações de analistas de que o resultado mais provável da eleição seria a vitória de Biden. “Ele é queridinho dos mercados por ter um potencial maior que seu oponente para negociar um volume mais robusto de estímulos fiscais”, comenta.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, destaca que, ao longo da sessão, os mercados de países emergentes se mostraram otimistas com a possibilidade de o candidato democrata ser eleito. “Estamos vendo alguns estados considerados ‘chave’ dando vitória ao Biden. Mas as incertezas ficam mesmo com a possível judicialização da eleição”, avalia.

À tarde, a campanha do presidente Donald Trump entrou com uma ação judicial para impedir a contagem dos votos em Michigan, alegando que foi negado o acesso aos locais de contagem no estado. Há pouco, a agência Associated Press (AP) noticiou que, agora, a campanha de Trump mira a Pensilvânia, onde também tenta impedir a apuração dos votos sob a alegação de falta de transparência.

Nesta quarta, saíram os dados de emprego no setor privado dos Estados Unidos, com a criação de 365 mil vagas em outubro, ante expectativa de abertura de 600 mil vagas. O indicador é uma prévia do relatório de emprego do país, o payroll.

Para a economista da Veedha, nos últimos dias, a agenda de indicadores tem ficado em segundo plano diante a corrida eleitoral. Ela reforça que esses últimos dados não têm mostrando o “real cenário” das economias que voltaram a ser impactadas pela segunda onda de covid-19.

Amanhã, além do mercado se voltar às eleições norte-americanas, tem a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o destaque da agenda de indicadores. “É bom não esperar muita coisa do Fed neste momento, em meio à eleição. Eles não devem mudar a postura e podemos até esperar que essa decisão fique em segundo plano a depender da apuração dos votos por lá”, pondera Abdelmalack.