Em 1º de janeiro de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva tomará posse para o seu terceiro mandato como presidente da República. Candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) na eleição deste ano para o Palácio do Planalto, ele venceu a disputa do segundo turno contra o atual presidente, Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL).
Com 99,20% das urnas eletrônicas apuradas em todo o país, conforme dados compartilhados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por volta das 20h08, Lula surge com 50,85% dos votos válidos. Dessa forma, não há mais possibilidade matemática de Bolsonaro ultrapassá-lo na contagem de votos.
Diante da eleição, Lula voltará ao comando da administração nacional após 13 anos. Ele governou o país por dois mandatos consecutivos, ficando no poder de 2003 a 2010. Ele chegou a fazer Dilma Rousseff (PT) como sucessora.
Essa não é a primeira vez que o petista tenta voltar ao Executivo federal. Em 2018, ele chegou a se apresentar como pré-candidato, mas foi impedido de concorrer por decisão da Justiça — em decorrência de condenação em segunda instância no âmbito da Operação Lava Jato, o que o levou à prisão por mais de um ano.
Posteriormente, ele teve decisões favoráveis na Justiça, deixou a prisão após mais de um ano e pode concorrer neste ano.
Quatro ministros da Agricultura
Durante os oito anos em que foi presidente da República, Lula contou com quatro ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): Roberto Rodrigues, Luis Carlos Guedes Pinto, Reinhold Stephanes e Wagner Rossi.
Propostas para o agro
Luiz Inácio Lula da Silva volta à Presidência da República com propostas para o setor agropecuário presentes em seu programa oficial de governo. No material, ele afirma, por exemplo, estar comprometido com ações voltadas à reforma agrária. Para isso, sinaliza vontade de colocar em prática “um novo modelo de ocupação e uso da terra urbana e rural.”
“Daremos apoio à pequena e média propriedade agrícola, em especial à agricultura familiar. Políticas de compras públicas podem servir de incentivo à produção de alimentos saudáveis e de qualidade – que têm tido sua área plantada reduzida nos últimos anos por falta de apoio do Estado –, e de estímulo à ampliação das relações diretas dos pequenos produtores e consumidores no entorno das cidades”, escreve o petista.
O candidato, que mandou à Justiça Eleitoral uma segunda versão de plano de governo após admitir que foi um erro propor a regulação do setor da agropecuária, afirma que fortalecerá a Embrapa, para que ela consiga fornecer ainda mais recursos tecnológicos aos produtores. Também fala em políticas voltadas à sustentabilidade, à agricultura familiar e à agricultura orgânica. “É estratégico para repensar o padrão de produção e consumo e a matriz produtiva nacional, com vistas a oferecer alimentação saudável para a população”, avalia.
Entrevista sobre agronegócio
Em setembro, o então candidato a presidente concedeu entrevista exclusiva ao Canal Rural. Durante mais de uma hora, ele conversou com três profissionais do veículo de comunicação: o diretor de conteúdo, Giovani Ferreira; o jornalista e apresentador Antônio Pétrin; e o comentarista Miguel Daoud.
Na conversa, Lula se explicou para o setor. Nesse sentido, afirmou que não ter generalizado ao dizer que alguns profissionais do agronegócio eram “fascistas” e “direitistas”. “O agro não é uma coisa só. Você tem gente mais democrática, gente mais à esquerda, mais de centro, mais à direita”, afirmou o político do PT na ocasião.
“Ninguém vai proibir que o dono de fazenda tenha uma ou duas armas” — Lula
Assuntos relacionados ao MST, reforma agrária e posse de armas para quem vive e trabalha em zonas rurais estiveram na pauta da entrevista de Lula ao Canal Rural. De forma inédita, declarou não se opor à possibilidade de o produtor rural ter posse de arma como forma de se defender. “Ninguém vai proibir que o dono de fazenda tenha uma ou duas armas. Agora, se ele tem 20, não é mais arma para defesa. Se tiver 30, pior ainda.”
Assista, abaixo, a íntegra da entrevista de Lula ao Canal Rural:
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