Os candidatos que concorrem à prefeitura de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, já receberam um documento importante com a principal demanda dos produtores rurais. A reivindicação é antiga: eles querem mais espaço para vender os produtos.
Segundo o agricultor Valdomiro Silveira dos Santos, que planta mais de sete tipos de frutas e 12 verduras, em uma área de 11 hectares na zona rural da cidade, as condições atuais fizeram com que ele optasse apenas pela venda direta da sua produção. “Eu faço venda direta para mercados e restaurantes. Estou entregando direto para eles e, para mim, está melhor do que enviar para o Ceasa, pois a gente acaba ganhando de 35% a 40% a mais”, falou.
As centrais de abastecimento do Rio Grande do Sul vendem frutas e verduras para grandes e pequenos mercados, geralmente, em quantidades maiores. Quem compra lá costuma pagar um preço bem menor.
De olho no preço mais atrativo, Valdomiro é um entre tantos produtores que quer vender no centro de Porto Alegre o ano todo. A reivindicação é tão urgente, que está protocolada em um documento que foi entregue nesta semana aos principais candidatos à prefeitura.
“Não pode um produtor pequeno combater com atacadista na Ceasa, que compra até 30 caminhões de São Paulo para vender aqui. Então, os pontos são de fundamental importância”, disse o presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Cléber Vieira.
Mudanças
Os produtores locais possuem um local para vender os seus produtos no centro da cidade de novembro a fevereiro, quando comercializam as frutas da estação. O pedido do setor, no entanto, é para que se criem bancas fixas.
“É um ponto que eu acho que não atrapalha em nada a cidade. Acho que até deixa mais bonito, porque a gente vende fruta, verdura e flores. Venderíamos direto ao nosso consumidor”, analisou Valdomiro.
Segundo o diretor da Divisão de Fomento Agropecuário da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC), Antônio Bertaco, no entanto, existe uma lei municipal que proíbe o acúmulo de comércio no cento de Porto Alegre, em locais com grande circulação de pessoas. “A questão de regulamentar esse tipo de atividade não só ao executivo, mas também à Câmara Municipal, que precisa aprovar uma legislação específica pra que isso possa ocorrer”, disse.