Os mercados voltaram a ficar mais estáveis nesta terça-feira, 7, diante da crise diplomática entre os Estados Unidos e o Irã. No entanto, o clima de apreensão gerado por promessas de retaliação aos norte-americanos por parte do país islâmico continua no radar dos investidores.
Para o comentarista Miguel Daoud, a situação atual é resultado de uma ação “inconsequente” do presidente Donald Trump e pode ter muitos desdobramentos, incluindo uma nova crise mundial. “Trump quer ganhar as eleições e quer fazer isso juntando os norte-americanos em torno de um alvo comum. Por outro lado, o Irã e os países vizinhos também desejam um inimigo em comum. Ou seja, juntou a fome com a vontade de comer”, contou.
Para ele, há um consenso internacional para tentar segurar essa escalada. “O mundo está sendo tratado economicamente com o mesmo veneno que gerou a crise de 2008 e qualquer marola nessa crise mundial pode trazer consequências seríssimas para o Brasil”.
De olho no petróleo
O primeiro impacto da tensão entre os dois países é a variação no preço do petróleo. Para tentar amenizar o impacto no Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a defender, nesta terça-feira, 7, que o percentual do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado dos combustíveis incida no preço da refinaria, e não no valor médio dos postos
“Quando houve a guerra dos caminhoneiros, aquilo parou o Brasil. O medo do governo é que uma nova alta possa parar o brasil novamente, e isso ele não quer. Então, o governo procura uma fórmula que não fira o compromisso do governo em não interferir na Petrobras”, disse Miguel Daoud.
O governo brasileiro estuda medidas para proteger o país de crises internacionais que impactem os combustíveis no mercado interno. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, algumas alternativas estão no ‘radar’ da pasta. “Estamos analisando uma série de alternativas e agora vamos ver como isso será implementado paulatinamente com análise e a responsabilidade que temos que ter, para que não tenhamos um setor de combustíveis que provoque incertezas ao consumidor”, falou.