Nesta terça-feira (18), data em que os servidores públicos federais fazem uma mobilização nacional para pedir reajuste geral de salários, em Brasília e em outras capitais, o Anffa Sindical, entidade que representa os auditores fiscais federais agropecuários, informou, em nota, que os auditores “não paralisaram suas atividades” e que “têm mantido plantões em vários pontos do país”.
“No entanto, em função do acúmulo de serviço e da falta de pessoal, estão cumprindo os prazos regimentais e trabalhando por oito horas diárias, sem turnos extras não compensados ou remunerados e sem almoços estendidos de três horas, que obriguem a permanecer mais tempo no ambiente de trabalho”, complementa a nota.
Sobre o movimento, ainda em nota, a entidade informa que vai participar dos protestos, mas que continuará com a mesma mobilização adotada até o momento.
No texto, a entidade sindical lembra que no ano de 2000 eram 4.040 affas em atividade, quando o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) não alcançava R$ 500 milhões. Hoje, são pouco mais que 2.530 affas, com VBP estimado em R$ 1,16 trilhão.
“Esperamos que, com o apoio das entidades representativas do setor produtivo, consigamos ter a agricultura e a pecuária valorizadas e, assim, certamente este momento difícil para todos será superado”, avalia o presidente do Anffa, Janus Pablo. O dirigente sindical reforça que mesmo no período de mobilização, os auditores vão continuar obedecendo estritamente as leis que regem o serviço público, garantindo a segurança alimentar da população.
Pedido de reunião com Guedes
O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que representa 37 categorias do funcionalismo público federal, protocolou nesta terça-feira um pedido de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para levar os pleitos das entidades ao Executivo. Líderes do movimento afirmam que a manifestação pode crescer em fevereiro, caso o governo não conceda reajuste às categorias e chegam a falar em paralisação total de algumas atividades se o governo não der aumento salarial.
“Estamos indo às ruas para dizer que não vamos aceitar tratamento indigno do governo Bolsonaro. De ataques reiterados a órgãos tão importantes, como o Ibama, o Inpe e o ICMBio e da ingerência governamental sem precedentes na história no Coaf, Polícia Federal e Receita Federal. Além de Guedes ter dito que queria colocar uma granada no bolso de servidores”, criticou Rudinei Marques, presidente do Fonacate.
Mobilização
A mobilização dos servidores públicos federais começou depois que o governo do presidente Jair Bolsonaro ter reservado recursos para beneficiar apenas policiais.
Os atos foram inicialmente convocados pelo Fonacate. A mobilização também recebe o reforço do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que representa outras carreiras.