Durante pouco mais de oito horas, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, prestou esclarecimentos sobre as supostas mensagens trocadas por ele — então juiz da Lava-Jato — e membros da força-tarefa da operação. Trechos das conversas foram divulgadas pelo site The Intercept e motivaram a ida de Moro à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Questionado por parlamentares, Moro disse diversas vezes que não se recordava das mensagens e colocou em dúvida a autenticidade delas. O ministro afirmou, ainda, não ter apego ao cargo e que se qualquer irregularidade for comprovada, ele deixará o cargo.
“Estou absolutamente tranquilo quanto a isso, mas, se é esse o problema, então que o site apresente tudo. Aí a sociedade vai poder ver, de pronto, se houve alguma incorreção da minha parte. Eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si. [O site que] Apresente tudo. Vamos submeter isso, então, ao escrutínio público. E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio”, disse Moro.
Para o comentarista Miguel Daoud, a divulgação das supostas mensagens ilegais não terão impactos sobre o cenário político atual e nem mesmo na economia. “Eu acho que a maior ilegalidade é vazamento dos dados, porque se tivesse algo fundamentada, esse site apresentaria à Justiça. Só esse fato já mostra a falta de fundamento, até porque não há evidências que possam ser levadas à condenação. O que temos ali são alguns diálogos, se é que verdadeiros, já que o Moro negou grande parte das mensagens”, lembra.