Grande parte da mídia norte-americana aponta o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, como vencedor das eleições de 2020. Porém, até a votação do Colégio Eleitoral, em 14 de dezembro, ainda há espaço para pedidos de recontagem de voto em alguns estados. O atual presidente Donald Trump, inclusive, não reconheceu a vitória de Biden.
Apesar de o cenário ainda ser passível de mudanças, a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura (Semagro) de Mato Grosso do Sul enxerga a possível vitória de Biden com otimismo. Autoridades acompanham de perto o pleito americano, já que o país é um parceiro importante do estado e a “continuidade da boa relação de compra e venda é de grande importância”.
De acordo com o secretário Jaime Verruck, o fortalecimento do setor produtivo nos últimos anos fez com que o estado mantenha espaço de negociação com o novo estilo de governo. “Em relação ao Biden, a primeira coisa que devemos tomar em conta é a questão ambiental. Ele tem colocado que ele vai retornar ao Acordo de Paris, remodelando esse acordo no mundo no momento em que os Estados Unidos entra, tendo uma nova discussão sobre isso”, diz.
Ainda sobre a questão ambiental, Verruck pondera: “Por outro lado, Biden anunciou apoio, inclusive financeiro, no que se refere ao desmatamento ilegal e outras ações. Pode haver uma linha mais negocial do EUA com o mundo e Brasil poderá se beneficiar com isso”.
Na avaliação do secretário, o estado deve continuar e até mesmo ampliar negociações com os EUA. “Mato Grosso do Sul com os Estados Unidos tem espaço nas vendas de carne bovina, e na tilápia somos os principais exportadores e os Estados Unidos, nosso principal mercado, então a nossa expectativa é de ampliar as vendas. Como na questão ambiental somos um estado carbono neutro, nossa política estadual já está vinculada ao Acordo de Paris”.
Exportações
Segundo os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), de janeiro a setembro deste ano, as exportações de produtos de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos renderam uma receita de US$ 187,2 milhões. Este é o terceiro principal destino dos embarques do estado.
Os principais produtos negociados com os Estados Unidos foram: pasta química de madeira de não conífera, à soda ou sulfato, semibranqueada ou branqueada; carnes bovinas (desossadas e congeladas); e filés de tilápias (frescos, refrigerados ou congelados).