O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou a chamada ‘Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária’, também conhecido por ‘Abril Vermelho’, com a invasão de propriedades rurais, sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e uma unidade da Embrapa.
Segundo o próprio movimento, as invasões começaram no sábado (15), com fazendas invadidas em Pernambuco, incluindo áreas na região metropolitana do Recife, zona da mata, agreste e sertão, sendo consideradas pelo MST latifúndios improdutivos.
No estado, uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também foi ocupada.
O MST alega que as terras são improdutivas, pertencem ao poder público ou são de empresas que faliram ou possuem irregularidades tributárias perante o estado.
Nesta segunda-feira (17), cerca de 200 famílias invadiram uma área da empresa de celulose Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. O MST já havia invadido três fazendas da Suzano na Bahia neste ano, que foram reintegradas pela empresa após decisões judiciais.
Além das fazendas e da Embrapa, superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foram invadidas em Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
Na Bahia, cerca de 400 pessoas participaram de um protesto na entrada da Assembleia Legislativa da Bahia, tratando da reforma agrária e da violência no campo.
O MST pressiona o governo Lula para apresentar um plano de ações de reforma agrária e atender a demanda das famílias acampadas e assentadas. O movimento estima que cerca de 100 mil famílias vivem em acampamentos no Brasil.
Reação
Nesta segunda-feira (17), o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), usou uma rede social para se manifestar sobre o que chamou de ‘movimento orquestrado.
Um movimento orquestrado, que teve aviso prévio dos crimes dos invasores. É absurda a leniência do governo federal que ainda não se pronunciou ou tomou qualquer atitude contra seus aliados desses movimentos. O que estão esperando? Uma nova guerra no campo? https://t.co/FxwfvlseK2
— Pedro Lupion (@pedro_lupion) April 17, 2023
Na semana passada, a FPA solicitou que autoridades federais e do estado de São Paulo iniciem uma investigação criminal e ações administrativas contra João Pedro Stédile, uma das principais lideranças do MST.
Stélide fez parte da comitiva do presidente Lula na China.
Ainda na semana passada, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de liminar para impedir invasões de propriedades rurais em todo o Brasil.
A petição, protocolada na quarta-feira (12), ainda não foi objeto de análise do ministro Kassio Nunes Marques.