O preço do diesel e da gasolina não deve sofrer aumento no curto prazo no Brasil, afirmou Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE). Contudo, o ataque autorizado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao aeroporto de Bagdá, no Iraque, que culminou na morte do principal comandante militar do Irã e líder de uma milícia local pró-Teerã na madrugada dessa sexta-feira, 3, pode impactar a curto e longo prazo o mercado de petróleo internacional, diz o analista.
“Esse evento vai trazer consequências no mercado de petróleo ao curto e longo prazo. O preço do barril já subiu de 5%, atingindo US$ 70. E nos próximos dias, o mercado estará voltado para essa tensão sobre o Irã e Estados Unidos. Dependendo de como serão as tratativas, os preços do barril do petróleo podem chegar na casa de US$ 80 a US$ 90”, afirma o especialista.
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Além disso, Pires explica que os efeitos da tensão politica já está mostrando reflexos nas bolsas de valores mundiais. “A economia mundial já está vendo as bolsas despecarem, e tudo isso é ruim. Mas é bom lembrar que 2019, quando houve um outro atentado a Arabia Saudita, os preços se normalizaram em apenas uma semana”, diz.
Brasil
Ainda de acordo com Pires, a Petrobras deve aguardar a volatilidade dos preços se estabilizarem, para somente depois mexer com os preços. “De qualquer maneira, não podemos descartar um aumento, e subir os preços não irá refletir bem na economia brasileira neste momento”, explica.
“Esse evento mostra mais uma vez que o Brasil deveria criar um fundo de estabilização de preços para que esse volatilidade do petróleo, que sempre que acontece por conta de eventos políticos, não fossem repassadas para o consumidor final. Ou seja, esse fundo poderia atuar reduzindo impostos em momentos de instabilidade no mercado”, concluí.
Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro que o ataque vai afetar o preço dos combustíveis no Brasil. “Que vai impactar, vai”, previu. Ele disse que a gasolina já está alta e, se seguir subindo, ‘complica’. “Vamos ver nosso limite”, declarou.
Bolsonaro disse ainda que é preciso mostrar à população brasileira que ele não pode ‘tabelar (o preço de) nada’. “Já fizemos essa política no passado, de tabelamento, não deu certo. A questão do combustível, nós temos de quebrar o monopólio”, afirmou.