O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse na noite de segunda-feira (21), que o governo seguirá analisando grandes projetos de infraestrutura que esbarram em conflitos ambientais. “Na área de infraestrutura, não acho conveniente descartar investimentos. Precisamos discutir as condições para levá-los adiante”, disse ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
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Obras como a BR-319 e a Ferrogrão, que ficaram de fora do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entrando apenas como estudos, seguirão em análise, segundo o ministro.
“A BR-319 já teve asfalto. Manaus é a única que está fora da ligação com o transporte rodoviário”, disse sobre a rodovia que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM) e tem um trecho considerado intransitável, mas que não é recuperado por impasses ambientais.
Sobre a Ferrogrão, o ministro disse que se não este, outros projetos ferroviários precisarão ser feitos na região de Mato Grosso. “O País não suporta mais escoar o volume de grãos por rodovias. Nós vamos precisar de ferrovias. E onde? Onde tiver sustentabilidade ambiental”, afirmou.
O Ministério dos Transportes projeta até R$ 40 bilhões de investimentos adicionais em ferrovias para além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), incluindo recursos públicos e privados, disse Renan Filho.
O PAC prevê R$ 94,2 bilhões para a malha ferroviária, sendo R$ 88,2 bilhões vindos da iniciativa privada e R$ 6 bilhões públicos.
Renan Filho voltou a afirmar que ampliar a malha ferroviária no Brasil é prioridade do governo, apesar das cifras menores previstas para esse modal no PAC. Para rodovias, por exemplo, o montante é de R$ 185,5 bilhões, sendo R$ 73 bilhões investidos pelo governo.
O ministro argumentou que essa diferença se deve ao fato do PAC focar na conclusão de obras de infraestrutura já iniciadas. “Não incluímos novos projetos. Por isso, lançaremos um plano nacional ferroviário a ser incluído no PAC”, afirmou.
Renan Filho disse ainda que o ministério tem negociado com concessionárias de ferrovias sobre as quatro renovações realizadas durante o governo anterior. “Esse diálogo tem sido realizado de boa vontade pelas companhias”, afirmou, citando a Rumo, MRS e Vale.
Sob supervisão de Henrique Almeida
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