O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta segunda-feira, dia 15, em São Paulo, que a reforma da Previdência deve passar nesta semana pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
“Na minha avaliação, pelo que estou conversando com alguns deputados, encerra-se esta semana a CCJ e, a partir da semana que vem, começamos a discutir nomes para a instalação da comissão especial, que deve ser instalada na semana que vem ou na outra, no máximo”, disse ele, em entrevista a jornalistas.
- Maia: ‘Câmara vai excluir trabalhadores rurais da reforma da Previdência’
- Datafolha: 51% dos brasileiros são contra a reforma da Previdência
Para Maia, a reforma deverá ser aprovada com o sistema de capitalização também, mas sem regulamentação, por enquanto. “Aprovar o sistema e deixar aprovado o sistema de capitalização, sem regulamentação. A equipe econômica do governo é que vai ter que dizer qual o melhor momento (para a regulamentação)”, disse ele. “Sou a favor da capitalização. Acho que temos que aprovar a capitalização e depois organizar a regulamentação dela”, disse. “Essa reforma é muito importante. Ela vai gerar condições da gente poder olhar um pouquinho no longo prazo”.
Segundo ele, logo após a reforma da Previdência, o Congresso deverá se debruçar sobre a reforma tributária. “Acabando a comissão especial da Previdência, a gente instala a tributária. Não vamos deixar uma coisa misturar com a outra”, disse.
Maia palestrou no evento “100 Dias de Governo”, das revistas Veja e Exame, realizado em São Paulo. Durante o evento, ele disse ainda que acredita que a reforma da Previdência será aprovada pela Câmara ainda no primeiro semestre deste ano. “Acho que são grandes (as chances de aprovação da reforma)”, declarou.
Governo
Maia elogiou a agenda econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro, mas ressaltou que o governo precisa divulgar mais suas outras agendas. “Minha opinião é que temos que tratar de pautas que são fundamentais. O que a gente pensa sobre saúde, educação, segurança, redução da pobreza, infraestrutura”, acrescentou.
Segundo ele, os cem primeiros dias do governo Bolsonaro, assim como ocorre em todo o mundo, foi turbulento. “Foram cem dias com turbulência. Não sei se acabou a turbulência. Mas o avião passou pela turbulência”, falou.
Para Maia, o maior acerto do governo até agora foi a agenda econômica. “O maior acerto foi a pauta econômica priorizando a reforma da Previdência. Foi uma sinalização clara de que o governo não está preocupado com a popularidade, mas em reformar o estado brasileiro. O maior erro eu deixo que vocês avaliem”, disse ele a jornalistas.