Agricultura

Revisão do protocolo sanitário com a China deve ficar para agosto, diz Fávaro

China e Brasil assinaram em 2015 um acordo que estabelece o autoembargo de exportações diante de casos de vaca louca

Em entrevista ao Canal Rural, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que enquanto esteve na China, no fim de março, ‘nem tentou’ revisar o protocolo sanitário que estabelece um autoembargo para as exportações de carne bovina ao país asiático diante de casos de vaca louca.

“Eu não quis e nem tentei discutir o protocolo. Até porque daria a impressão de que o Brasil gostaria de prevaricar ou simplificar demais alguma informação importante com relação à qualidade dos produtos brasileiros que são vendidos”, disse o ministro.

Na entrevista, Fávaro parabenizou Kátia Abreu, que era ministra da Agricultura em julho de 2015, época da assinatura do protocolo.

“Veja bem, o Brasil não vendia um quilo de carne para a China. Quando ela foi abrir o mercado naquele ano, o protocolo foi uma exigência deles. Ainda não havia diferenciação entre casos atípicos e clássicos. Se ela não tivesse assinado o protocolo, o Brasil ficaria sem o mercado chinês, que hoje representa US$ 8 bilhões por ano”, afirmou.

Segundo o ministro, desde 2015, o país registrou seis casos de mal da vaca louca, todos atípicos.

“E o Brasil sempre tratou o assunto com muita seriedade e transparência, ganhando credibilidade. Com isso, talvez seja possível discutir isso na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que acontece em agosto, porque temos credibilidade para isso. Mas será tudo ao seu tempo”.

Fávaro fala sobre o novo Plano Safra

Em relação ao novo Plano Safra, que deve ser lançado até o fim de maio, Fávaro disse que o governo está trabalhando em novas linhas de crédito para financiar o agronegócio.

“O Brasil vai dar um grande salto em crescimento, com qualidade e responsabilidade fiscal”.

Na avaliação do ministro, o humor favorável do mundo está se transformando em oportunidades de mais exportação, o que significa mais emprego, desenvolvimento e crescimento econômico aqui no Brasil”.

“O Brasil vive um momento de retomada das relações amistosas e fraternais, graças à credibilidade do presidente Lula no comando deste país”.

“Estamos planejando coisas muito inovadoras, que simplificam, que trazem mais crédito e que vão trazer a produção sustentável. O Brasil vai ganhar cada vez mais credibilidade produzindo de forma sustentável”.

“Nós já fazemos isso [produzir de forma sustentável]. Alguns poucos, mas muito barulhentos, insistem em não cumprir a legislação ambiental. No nosso governo, eles serão reprimidos. Mas todos aqueles que trabalham seguindo as regras terão incentivos para aumentar a produção”.