Política

Tensão na Argentina diminui após conversa entre Macri e Fernández

Mauricio Macri e Alberto Fernández se comprometeram a colaborar para que o processo eleitoral e incertezas políticas não afetem a vida dos argentinos

Mauricio Macri, Argentina
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O atual presidente e candidato à reeleição na Argentina, Mauricio Macri, e Alberto Fernández, principal opositor e forte concorrente ao cargo, conversaram e se comprometeram a colaborar no que fosse possível para que o processo eleitoral e as incertezas políticas não afetem tanto a vida dos argentinos nos próximos meses. A fala ocorre após as eleições primárias argentinas, que ocorreram no último domingo e funcionam como uma grande pesquisa nacional, indicarem Alberto Fernández e a sua vice, Cristina Kirchner, com 47% dos votos, mais do que os 45% necessários para levar a vitória em primeiro turno. Macri recebeu 32% dos votos.

Segundo Macri, ele e Fernández combinaram de manter uma linha de diálogo aberta. Ele disse ainda que seu opositor se mostrou com intenção de ‘levar tranquilidade aos mercados’. Fernández, por outro lado, disse que é preciso que Macri seja presidente neste momento, não candidato.

“Macri tem que terminar o seu mandato. Necessito que ele governe. Eu nem sequer venci o primeiro turno das eleições, sou apenas um candidato”. Ele disso ainda que pediu ao presidente ‘atenção à questão das reservas’.

Pacote de medidas

O pedido de Fernández se deve ao fato de que Macri anunciou um pacote de medidas para trazer alívio a 17 milhões de trabalhadores argentinos, que vêm amargando uma crise econômica há mais de um ano. Alguns especialistas acreditam que o pacote do presidente pode afundar ainda mais o país, que fechou o ano de 2018 com mais de 40% de inflação e mais de 30% da população na linha da miséria. A Argentina recebeu um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de US$ 57 bilhões.

Entre as medidas anunciadas por Macri, está a redução na carga de impostos. Quanto ao aumento no salário mínimo, a decisão ficou para o dia 22 de agosto, quando se reunirá o Conselho do Salário, para definir o acréscimo.

Em relação ao congelamento do preço da gasolina por 90 dias, outra medida anunciada pelo presidente, o assunto ainda deverá ser acordado com as petrolíferas.

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